O candidato que não chegou a ser lança um livro e conta tudo

(dr)

Joaquim Jorge ia ser. Mas depois não foi, não chegou a ser. O biólogo e fundador do Clube dos Pensadores vai fazer a sua “última intervenção pública”. E sobre o assunto, segundo conta ao ZAP, “não tecerá mais comentários”.

No concelho de Matosinhos, foi aprovado cinco vezes. O passo seguinte para ser reconhecido como candidato à Câmara de Matosinhos para as autárquicas, que se realizam a 1 de outubro, seria fazer chegar o nome do independente Joaquim Jorge para ser aprovado na distrital do PSD, mas isso nunca aconteceu e entretanto o nome caiu. Porquê?

Foi a convite do presidente da concelhia do PSD de Matosinhos, José António Barbosa, que Joaquim Jorge ponderou aceitar o convite “inesperado”. Depois de ter sido aprovado, a distrital questionou a última votação por não ter sido feita por voto secreto.

Desde o início que a candidatura “que não chegou a sê-lo” do biólogo esteve envolta em polémica: numa das votações na concelhia, António José Barbosa, presidente, teve que usar o voto de qualidade para desempatar a votação. No entanto, a decisão foi polémica, já que havia quem questionasse o uso do voto do presidente.

Dentro do partido – ao qual Joaquim Jorge nunca se associou, por se considerar independente -, havia discórdia e, na altura, diz o jornal Sol, uma fonte social democrata referiu-se ao biólogo como uma “pessoa que deu uma entrevista a um jornal local a dizer que em Matosinhos só o PS ganhava“.

“Quando disse que o PS ganhava sempre em Matosinhos, foi muito antes de me passar pela cabeça ser candidato. E não disse mentira nenhuma“, explica o biólogo ao ZAP.

A verdade é que o independente Joaquim Jorge – ex-militante socialista, desfiliado das hostes do PS desde 2008, após ter alegado que a vida partidária não era aliciante – nunca chegou à luta pela presidência da Câmara Municipal de Matosinhos, com o nome do médico Jorge Magalhães, antigo vereador da Câmara de Matosinhos no mandato de 1997/2001, a surgir em seu lugar.

Joaquim Jorge considera que esta corrida – agora perdida – foi mais difícil para si por não ter cartão de militante do PSD.

Na altura da apresentação do candidato da coligação PSD/CDS para as autárquicas de Matosinhos, o presidente da concelhia demitiu-se em rutura com a distrital e levou consigo mais 13 pessoas.

Agora, toda a jornada é contada na primeira pessoa, ao longo de 90 páginas. No livro – “CANDIDATO que não chegou a sê-lo” – que será apresentado esta quinta-feira, às 21h30, na FNAC do NorteShopping, está inserida uma carta enviada ao líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e outra ao presidente da distrital do PSD do Porto, Bragança Fernandes.

Joaquim Jorge garante que Pedro Passos Coelho, por quem tem “grande estima”, lhe respondeu à carta com um telefonema, não querendo revelar o teor da conversa.

Com a candidatura à Câmara, Joaquim Jorge queria uma oportunidade para colocar em prática “o ativismo cívico e a forma de pensar a democracia” já há 11 anos “através do debate no Clube dos Pensadores”.

Apesar de sentir um “misto de impotência e alívio”, o biólogo diz que vai continuar “transparente, livre, independente e insubmisso”.

CF, ZAP //

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