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PJ investiga SMS. Fernando Gomes não trata os assuntos na “praça pública”

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes

O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) encaminhou “sempre” as suspeitas de irregularidades ou de crimes para as instâncias competentes, disse à agência Lusa fonte oficial do organismo, recusando publicitar estas ações.

Questionada pela agência Lusa acerca das denúncias do FC Porto sobre a alegada influência do Benfica na arbitragem, fonte oficial da FPF assegurou que Fernando Gomes tem “pulso firme”, mas não trata os assuntos na “praça pública”.

“Desde o primeiro dia do seu mandato na FPF, Fernando Gomes tem feito um trabalho silencioso, mas eficaz, para defender a verdade desportiva. Sempre que tem conhecimento de qualquer informação ou facto que possa indiciar irregularidades ou práticas criminais, o presidente da FPF encaminhou esses dados para as entidades policiais, de investigação ou para os órgãos de justiça desportiva.”

“Este combate, que tem sido feito de forma discreta, mas com pulso firme, não é feito na praça pública, mas nas instâncias adequadas, com competência para apurar a verdade dos factos”, disse a fonte federativa, acrescentando que o presidente da FPF “contratou o sistema de prevenção e monitorização que permite detetar os jogos viciados em função das apostas desportivas”.

Segundo o Jornal de Notícias, estas revelações não apanharam de surpresa o dirigente, que já estava a par da violação das mensagens. Informações apuradas pelo jornal revelam que o caso já estava a ser investigado pela PJ, “partindo da suspeita de que alguém lhe terá pegado no telefone e acedido às SMS”.

De acordo com o Correio da Manhã, depois das denúncias do FC Porto, Fernando Gomes terá contactado o diretor da PJ e da Procuradora-Geral da República para disponibilizar todos os processos de nomeação, classificação e relatórios dos observadores dos árbitros, desde a entrada em funções desta direção da FPF, em dezembro de 2011.

Por sua vez, o clube azul e branco anunciou que entregou à PJ toda a documentação relativa ao caso dos e-mails. “O FC Porto informa que, através do seu Diretor de Informação e Comunicação, satisfez o pedido da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária e entregou-lhe toda a documentação disponível em suportes originais do denominado dossiê e-mails de e para o SL Benfica.”.

Esta reação surge depois de o diretor de comunicação do FC Porto, Francisco J. Marques, ter revelado a alegada partilha de SMS do atual presidente da FPF, na altura em que presidiu à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, entre o diretor de conteúdos da BTV, Pedro Guerra, e o ex-presidente da Assembleia-Geral da LPFP Carlos Deus Pereira.

Em comunicado enviado à Lusa, Carlos Deus Pereira lamentou o recurso a “criativos e maliciosos”, demarcando-se do “teor de pretensas comunicações”, acrescentando que voltará a pronunciar-se “nos locais próprios e quando entender oportuno”.

Sporting reage

O diretor de comunicação do Sporting, Nuno Saraiva, reagiu ontem à noite a esta polémica, em declarações à Sporting TV. O responsável diz que esta questão das SMS “é tão ou mais grave do que a divulgação da troca de e-mails”, cita o Diário de Notícias.

“Não acredito que, se o Benfica dispunha dessa informação, não tivesse feito uso dela, no sentido de condicionar, de chantagear o presidente da FPF”, equacionou.

“É o que toda a gente suspeitava que acontecia e que o Sporting, de há vários anos a esta parte, tem vindo a denunciar. É o polvo benfiquista. A diferença é que agora há evidências materiais desse mesmo procedimento”, concluiu.

Nas últimas semanas, o responsável dos dragões já tinha acusado o Benfica de estar envolvido num “esquema de corrupção de árbitros”, revelando ainda emails que implicam o presidente dos encarnados Luís Filipe Vieira.

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