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Mexia nega benefícios e nem pensa em sair

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Tiago Petinga / Lusa

O presidente da EDP, António Mexia

O presidente da EDP, António Mexia, afirmou hoje que os arguidos no processo de investigação a rendas no setor energético “estavam a agir como representantes legais dos órgãos”, e as decisões em causa foram “colegiais”.

O presidente da energética portuguesa EDP, António Mexia, implicado como suspeito num caso de corrupção que investiga factos desenvolvidos na companhia durante a última década, assegurou hoje em conferência de imprensa que a empresa “não recebeu nenhum benefício” do Estado.

Em conferência de imprensa, Mexia lamentou não ter podido esclarecer o objeto da investigação, em que é um dos quatro arguidos, logo na sexta-feira, dia em que foram realizadas buscas na elétrica, adiantando que só teve acesso ao processo na segunda-feira.

“Temos pena de não ter podido fazer isto na sexta-feira ou esta segunda-feira, mas só ontem tivemos acesso ao processo. Por isso, só hoje podemos explicar o que está em causa”, declarou.

Na sua primeira aparição desde que na sexta-feira passada se conhecesse a sua implicação na investigação da Procuradoria portuguesa, Mexia afirmou que tanto a EDP como o Estado português – acionista até que à privatização da empresa em 2011 – cumpriram a lei e que este processo, que é “antigo”, já foi “esclarecido” pela Comissão Europeia (CE).

Em causa estão os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que substituíram os Contratos de Aquisição de Energia (CAE), a partir de 2004.

Não houve claramente nenhum benefício para a EDP em 2004, nem em 2007, no contexto de processos que não foram da iniciativa da EDP, mas que decorrem de obrigações legais em que a EDP sempre cumpriu a lei”, declarou o presidente da EDP.

Mexia realçou que a atualização dos parâmetros de mercado, em 2007, reduziu em 75% o valor do Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) inicial e aumentou em 56% o valor entregue pela EDP ao Estado pelo domínio público hídrico.

“Não houve nenhum benefício em nenhuma das fases aqui referidas”, sublinhou, considerando que “a EDP não pode aceitar com ligeireza que se ponha em causa o bom nome das pessoas e sobretudo o desempenho da companhia ao longo de décadas”.

Segundo apontou Mexia hoje na conferência de imprensa, a CE, à semelhança do Parlamento português e vários governos nacionais, já reviu a implementação dessa medida e concluiu que a “metodologia utilizada pelos responsáveis da EDP foi adequada” e resultou num preço de mercado justo”.

O presidente da EDP rejeitou a possibilidade de se demitir devido às suspeitas que recaem sobre si, e ao impacto no funcionamento da companhia, que caiu 2,25% esta segunda-feira na bolsa de Lisboa – algo que atribuiu a uma “casualidade” ainda que, admitiu, “os mercados não gostam da incerteza”.

António Mexia, e o presidente executivo da EDP Renováveis, João Manso Neto, foram na sexta-feira constituídos arguidos após buscas da PJ às instalações das duas empresas, no âmbito de uma investigação por suspeitas de corrupção ativa, corrupção passiva e participação económica em negócio.

Também João Faria Conceição, administrador da REN e antigo consultor do ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, e Pedro Furtado, responsável de regulação na REN, foram constituídos arguidos no processo.

A investigação da PJ coloca sob suspeita um curso sobre energias renováveis ministrado na Universidade de Columbia (EUA) e onde Manuel Pinho, que é amigo de Mexia, lecciona uma cadeira.

ZAP // Lusa

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13 Comments

  1. Se realmente as decisões foram colegiais, acrescenta-se ao rol de crimes cometidos o de associação criminosa. Todos para o xilindró!

  2. Pergunto-me como é que se pode escrever em português de Portugal, país europeu, que o presidente da EDP é investigado “como suspeito num caso de corrupção que investiga fatos desenvolvidos na companhia durante a última década” ? Fatos? Fatos??????? A EDP comercializa roupa????

    • Maria Pires será professora de português? …só o ZAP é que notou a sua pobre nota de correção. Toda a gente compreendeu o erro… culpa dos nossos belos governantes, como em tudo são um luxo.

      • Basta ser portuguesa, não é preciso ser professora.
        Simplesmente, não fecho os olhos e não pactuo com o erro.
        A nossa língua materna, tal como o património edificado, merece ser respeitada.

        Quanto à “pobre nota”, obrigada pela sua apreciação!
        Como certamente sabe… os adjectivos (permita-me a liberdade de não usar o AO) são marcas de subjectividade.
        Serve isto para dizer que dizem muito sobre quem escreve. E, quando não há argumentos, parte-se para o insulto.

  3. … estes gajos vão-se safando pelo facto deste Portugal estar fora do contexto moral e profissional levando o politico para o estado de PESTE NEGRA, não esquecendo que a justiça portuguesa anda pela hora da morte. São temos de países do terceiro mundo, países degradados e sem estabilização labora, intelectual e profissional, país onde quem ganha é quem mais SACA. Por um lado recebem venefícios públicos e ganham por outro lado vendem a energia mais cara da UE e ganham tudo isto é só MAMAR NO CONTRIBUINTE PORTUGUES.

  4. Este tipo de “gente” só sai quando já não pode aguentar estar mais tempo. Só corridos, são piores q as sanguessugas!! admite-se que um país como Portugal seja o país na Europa onde a eletricidade é mais CARA!! Onde administradores ganham balúrdios por dia!!! Ganham por dia o q o 1º ministro ganha 1 mês?? Algo está MUITO MAL… Não se venha armar em santinho. Chega de chamar Burros/Lorpas aos portugueses.

  5. Não foi este tachista que foi convidado este ano para a reunião dos Bildergerg? Bem se vê a estirpe de sanguessugas que se passeia anualmente por esse grupo. Os cancros do mundo, estão lá todos.

    Ele e o Catroga bem podiam pegar no dinheiro que já ganharam à custa da pilhagem do sector público, e desparecer para alguma ilha deserta. Distância dessa gente!.. Mas não, claro que não… Com uma tachada destas quem é que quereria abandonar o puleiro? É gentinha desta que nos arruina.

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