Um jovem de 16 anos morreu, nos EUA, devido a uma arritmia cardíaca provocada pelo consumo excessivo de cafeína, segundo revelam os resultados da autópsia.
Davis Cripe, de 16 anos, consumiu três bebidas com cafeína em apenas duas horas, acabando por desfalecer durante uma aula, na Escola Secundária que frequentava, na Carolina do Sul, a 26 de Abril passado. O jovem morreu nesse mesmo dia.
A primeira autópsia não permitiu apurar as causas da morte, mas os resultados agora revelados, apontam que o óbito se deve a uma provável arritmia cardíaca, motivada pelo excesso de cafeína, conforme reporta a CNN.
“Durante uma arritmia, ou ritmo cardíaco anormal, o coração pode não conseguir bombear sangue suficiente para o corpo e a falta de fluxo sanguíneo afecta o cérebro, o coração e outros órgãos”, explica a CNN.
“Foi uma bebida energética que lhe tirou a vida”
Em conferência de imprensa, realizada nesta segunda-feira, 15 de Maio, o médico legista Gary Watts tratou de sublinhar que “isto não foi uma overdose“. “Perdemos o Davis por causa de uma substância totalmente legal“, aponta citado pela CNN.
“Não foi um acidente de carro que lhe tirou a vida. Em vez disso, foi uma bebida energética”, desabafou por seu lado, o pai do jovem, Sean Cripe, que também esteve na conferência de imprensa.
De acordo com os dados divulgados pelos jornais norte-americanos, o adolescente bebeu um café com leite, um refrigerante com cafeína e uma bebida energética em apenas duas horas.
A autópsia não detectou quaisquer problemas cardíacos, concluindo que Davis era um jovem saudável, sem “nenhuma condição” de saúde que pudesse ser agravada pelo consumo de cafeína. Também não foram encontrados vestígios de álcool, nem de outras drogas.
Estes dados surgem como alerta acrescido para o consumo de bebidas com cafeína, especialmente de bebidas energéticas.
“O nosso propósito aqui, hoje, é dar a saber às pessoas, especialmente aos jovens das nossas escolas, que estas bebidas podem ser perigosas e que é preciso ter muito cuidado com a forma como se usam e com quantas se bebem, diariamente”, apontou o médico legista aos jornalistas.
Gary Watts sublinhou particularmente, o facto “perigoso” de não haver uma tabela fixa sobre a quantidade de cafeína que se pode consumir. “Podem alinhar-se cinco pessoas e pô-las a fazerem a mesma coisa com ele, naquele dia, a beber mais, e pode não ter qualquer tipo de efeito nelas”, explica.
Deste modo, o melhor é não consumir de todo bebidas energéticas, aponta o médico, frisando que não são aconselháveis a crianças e adolescentes por conterem, além de demasiada cafeína, outros estimulantes perigosos.
Um estudo recente apurou a quantidade de cafeína que se pode consumir sem fazer mal à saúde, mas sempre com a ressalva de que nem todos os organismos são iguais. E no caso de crianças e jovens, é sempre preferencial evitar a cafeína.