A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) vai disponibilizar em fevereiro, na sua página da internet, uma aplicação informática que protege os computadores pessoais de ataques informáticos quando ligados a redes wi-fi públicas.
No âmbito das comemorações do seu 20.º aniversário e da 7.º edição do Dia Europeu da Proteção de Dados, a CNPD realizou uma sessão para demonstrar os ataques informáticos que podem ser alvo os utilizadores de telemóveis com aplicações Android e computadores ligados a redes wi-fi públicas, como em cibercafés e aeroportos.
Para fazer face a esses riscos, a CNDP vai disponibilizar, a 11 de fevereiro, “um conjunto de informação com software para ser descarregado nos computadores pessoais para se proteger quando navegam na internet”, disse aos jornalistas Filipa Calvão, a presidente da Comissão Nacional de Proteção de Dados.
Filipa Calvão adiantou que esta aplicação vai “permitir proteger o utilizador quando navega na Internet em cibercafés ou em redes que não são a da sua casa”.
O download vai ser gratuito e será actualizado permanentemente, sendo uma aplicação criada pelo Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto.
Luís Antunes, director do centro, sublinhou que, a 11 de fevereiro, os utilizadores vão poder descarregar uma primeira versão de uma pen com algumas aplicações que “permitem navegar de forma anónima na internet”.
“Será um kit básico de sobrevivência”, disse, esclarecendo que esta aplicação apenas dá para computadores.
Por outro lado, a presidente da CNPD adiantou que chegam regularmente queixas à Comissão Nacional de Proteção de Dados sobre abusos cometidos através da Internet e põem em causa a privacidade da informação pessoal.
“Os meios de comunicação electrónicos são um mecanismo de comunicação que se presta a utilizações maliciosas e que põem em causa a privacidade da informação”, disse, referindo que a CNPD averigua quando há prova, aplicando uma coima caso se prove que houve abuso da informação.
No entanto, a maior parte das vezes não é guardada a prova por parte dos cidadãos que se queixam.
Filipa Calvão disse ainda que a legislação é suficiente, mas “as pessoas é que não estão verdadeiramente alertadas para esses problemas e não sabem como proceder quando são objecto desses ataques”.
Na sessão, o Centro de Cibersegurança e Privacidade da Universidade do Porto fez várias demonstrações da vulnerabilidade dos dados pessoais, quando telemóveis com aplicações Android ou computadores são alvo de um ataque informático.
Luís Antunes afirmou que estes ataques podem ser feitos por qualquer pessoa com alguns conhecimentos informáticos.
“Se não se actualizar os sistemas operativos dos telemóveis e dos computadores correm-se riscos sérios de qualquer pessoa poder aceder a contactos, mensagens, e-mails e passwords”, salientou.
/Lusa