Portugal emitiu esta quarta-feira três mil milhões de euros em dívida a 10 anos, com um custo total da emissão de 4,227% – o mais elevado desde a saída da troika (em maio de 2014).
A primeira operação de financiamento de 2017, que incidiu sobre títulos a 10 anos, teve uma taxa de 4,227%, o juro mais alto desde fevereiro de 2014 para emissões com maturidades semelhantes.
O Estado garante assim 20% do financiamento para 2017, que custou 1.269 milhões de euros a pagar daqui a 10 anos. De acordo com o Expresso, cerca de 75% do montante foi colocado junto de fundos de investimento (50,2%) e bancos (24,6%).
As obrigações ontem emitidas pelo IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, através de uma operação sindicada, vencem em abril de 2027. Para esta emissão, a instituição liderada por Cristina Casalinho mandatou seis bancos: o BBVA, o HSBC, o JP Morgan, o Morgan Stanley, o Novo Banco e o Société Générale.
O IGCP ofereceu 352 pontos base acima das taxas de referência na zona euro (as chamadas mid swaps) para a maturidade em causa, ligeiramente abaixo dos 360 pontos que começou por oferecer. Somando às taxas de midswaps, a rendibilidade destes títulos, para quem os comprou na emissão, será de 4,227%. No que diz respeito ao juro fixo anual que será pago, esse é de 4,125%.
A taxa mid-swap é usada como referência para calcular o prémio pago pelos compradores de obrigações em relação às taxas do mercado.
Condições “razoáveis”
O primeiro-ministro, António Costa, voltou esta quinta-feira a desdramatizar a evolução da dívida portuguesa nos mercados internacionais, designadamente no prazo a 10 anos, e defendeu que o último leilão de quarta-feira teve condições “razoáveis”.
Confrontado com o facto de os juros da dívida portuguesa estarem a atingir os valores mais elevados dos últimos três anos, o primeiro-ministro invocou a conclusão retirada por um conjunto de analistas, segundo a qual o leilão de quarta-feira, face à conjuntura existente, “teve condições razoáveis”.
“O impacto que o leilão teve imediatamente nas taxas de juro foi o da sua redução. Penso que, conforme forem conhecidos os dados fundamentais da nossa economia e das nossas finanças, a evolução continuará positiva”, sustentou, em declarações aos jornalistas após visitar a Sé Catedral e a Basílica de Bom Jesus da Velha Goa, na Índia.
Nos últimos seis meses, os juros a 10 anos subiram até ao máximo de 4,032% em 6 de janeiro e desceram até ao mínimo de 2,679% em 15 de agosto.
Rating
O IGCP inaugurou assim as emissões de dívida de longo prazo de 2017, ano em que o IGCP prevê arrecadar “um montante entre os 14 a 16 mil milhões de euros”, através da emissão bruta de Obrigações do Tesouro, “combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais”, conforme o programa de financiamento publicado na terça-feira.
Esta emissão surge também na semana em que se espera que a Moody’s olhe para a situação da economia portuguesa, podendo eventualmente proceder a alguma revisão da perspetiva do rating atribuído a Portugal (normalmente o passo que antecede uma movimentação da nota atribuída).
De acordo com o calendário indicativo para rever os ratings dos países que acompanha, a Moody’s irá analisar a economia portuguesa esta sexta-feira, sendo a primeira agência de notação financeira a fazê-lo este ano.
Atualmente, a Moody’s qualifica Portugal com uma nota de “lixo” (ou não investimento), atribuindo-lhe um rating de Ba1 com perspetiva estável.
ZAP // Lusa
Geringonça a brincar aos Governos dá nisto
Costa: tudo sob controle ! … e agora deixem-me comer estas xamussas….
Marcelo: não estou nada preocupado ! … deixem-me dar mais uns beijinhos e abraços….
Zé povinho: lá terá que ser mais um resgate !
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Estamos a andar no bom caminho!
Força Costa! O povo está contigo.