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Espanha admite negociar projeto de construção em Almaraz

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Frobles / Wikimedia

Central de energia nuclear Almaraz, Cáceres (Espanha)

Central de energia nuclear Almaraz, Cáceres (Espanha)

Os ministros dos negócios estrangeiros português e espanhol encontraram-se esta terça-feira e o ministro espanhol Alfonso Dastis afirmou que há espaço para diálogo sobre o futuro do armazém de resíduos nucleares que Madrid pretende edificar junto à central nuclear de Almaraz.

Em dezembro, Espanha deu luz verde à construção de armazéns de resíduos nucleares na central de Almaraz, localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa.

O Governo português considera que há um incumprimento de legalidade e lealdade entre os dois países, e que o facto de Espanha decidir avançar com o projeto sem ter feito uma avaliação do impacto ambiental transfronteiriço fez com que “a questão da confiança” fosse manchada.

Segundo apurou o Público, o ministro do exterior espanhol, que esteve em Portugal para o funeral de Mário Soares, confirmou à agência Lusa que falou com o seu homólogo Augusto Santos Silva sobre a questão.

“Há espaço de manobra possível, ou seja, que o projeto seja negociado”, afirmou.

Alfonso Dastis anunciou ainda que Portugal vai estar presente esta quinta-feira, em Madrid, num encontro de trabalho dos titulares das pastas do Ambiente dos dois países, depois do ministro João Matos Fernandes ter anunciado a sua ausência da reunião.

Quercus quer que Governo diga não à central nuclear de Almaraz após 2020

A associação ambientalista Quercus disse, esta quarta-feira, que é fundamental que o Governo português diga, de forma inequívoca, que não quer a central nuclear de Almaraz a funcionar depois de 2020.

A Quercus explica que vai estar presente na quinta-feira, a partir das 18:00, em frente ao consulado espanhol em Lisboa, na manifestação pelo encerramento da central.

Esta ação de protesto foi convocada pelo Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), e pretende mais uma vez exigir que os Governos português e espanhol tomem medidas no sentido de colocar em marcha o encerramento de Almaraz.

“Uma vez mais, a Quercus, associação nacional que segue mais de perto a temática de Almaraz desde há cerca de 15 anos, vai juntar-se a diversas organizações espanholas e portugueses que lutam pelo encerramento desta central nuclear, que fica situada junto ao rio Tejo, na província de Cáceres, em Espanha, a cerca de 100 quilómetros da fronteira com Portugal”, afirmou Nuno Sequeira, da Quercus, à agência Lusa.

Disse ainda que face à passividade que os vários Governos portugueses têm revelado sobre este assunto, a Quercus considera fundamental que o atual Governo demonstre firmeza na defesa dos interesses nacionais junto de Espanha e diga claramente que quer ser consultado sobre tudo o que tenha a ver com a central nuclear de Almaraz.

“Mas, mais importante que tudo, é que o Governo português diga de uma forma inequívoca que o nosso país não quer esta central a funcionar depois de 2020 e que a mesma deve encerrar, no máximo, por esta altura”, sustentou.

A central de Almaraz tem tido incidentes com regularidade e Portugal pode vir a ser afetado, caso ocorra um acidente grave, quer por contaminação das águas, uma vez que a central se situa numa albufeira afluente do rio Tejo, quer por contaminação atmosférica, pela grande proximidade geográfica existente.

ZAP // Lusa

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