Cresce o coro de vozes socialistas que defende a nacionalização do Novo Banco. Mas Marques Mendes alerta que essa alternativa é “um perigo” porque pode custar mais aos contribuintes.
O deputado socialista João Galamba diz que não quer ver o Estado a pagar para vender o Novo Banco e por isso, assume, sem papas na língua, que é defensor da nacionalização da instituição financeira.
“O banco já é do Estado [através do Fundo de Resolução], só que é de transição. Eu só quero que o Estado assuma plenamente e de forma normal aquilo que hoje já existe”, constata Galamba em declarações ao Diário de Notícias.
O deputado, que é vice-presidente da bancada do PS, nota que o “banco foi nacionalizado” a 13 de Agosto de 2014, com a entrada do Estado no Fundo de Resolução.
Assim, “nacionalizar não traz novos custos, apenas reconhece custos que sempre existiram”, diz Galamba, lamentando os valores da actual proposta de compra apresentada pelo fundo norte-americano Lone Star que é inferior ao valor necessário para a recuperação do banco.
O DN cita também os socialistas Eurico Brilhante Dias e Paulo Trigo Pereira que estão igualmente, do lado da nacionalização.
O PS não assumiu oficialmente, nenhuma posição, mas o presidente do partido, Carlos César, já disse que as propostas recebidas para a compra do banco são “quase vexatórias”.
“Há o risco de acontecer um novo BPN”
Para o social-democrata Marques Mendes, “a nacionalização [do Novo Banco] é um perigo“.
“Há o risco de acontecer o mesmo que aconteceu com o BPN, em que ainda hoje, o Estado está a pagar a factura da nacionalização“, alertou o comentador no seu espaço de opinião na SIC, referindo-se ao forte impacto nas contas públicas e aos custos para os contribuintes.
O social-democrata destaca que a nacionalização “implica o Estado ter de injectar dinheiro público” no banco e que “acaba por ter o mesmo efeito que a garantia estatal dada aos compradores”.
Além disso, Marques Mendes lembra que é provável que a Comissão Europeia chumbe a nacionalização. “Mas mesmo que Bruxelas autorizasse, é preciso não esquecer que, na maior parte das vezes, impõe medidas de reestruturação, como remédio, tão fortes e tão pesadas socialmente que são semelhantes a uma liquidação“, avisa.
A nacionalização do Novo Banco tem sido defendida por várias figuras da esquerda e da direita, de Manuela Ferreira Leite a Francisco Louçã, passando por Vítor Bento e José Maria Ricciardi.
Por seu turno, o PCP já anunciou que não admite outro cenário que não a manutenção do Novo Banco no Estado e que vai levar ao Parlamento um projecto de resolução nesse sentido.
Já vêm com quase um ano de atraso, já para não falar na despesa extra em ordenados a quem está a tratar da “venda. Foi sugerido pelo Dr. Vitor Bento em Fevereiro 2016, entre outras sugestões validas que fez.
Porque não foi ouvido então?
Parece-me que estamos numa ANARQUIA, há a demonstração de incapacidade de decisões , não há atitudes de responsabilidades, parece que as decisões estão a passar para o futuro, é um deixa andar numas coisas, noutras, há imposições que lembra a Ditadura. Parece-me que não há uma preocupação com os portugueses e isso entristece-me.