Um blogue anarquista reivindicou o ataque ao restaurante de José Avillez no Porto, depois do chef português ter estado recentemente num evento gastronómico em Israel.
O blogue anarquista Indymedia reinvindicou o ataque, realizado na última sexta-feira, ao restaurante de José Avillez no Porto.
Segundo o Expresso, um texto publicado no sábado pode dar pistas sobre os autores do ato de vandalismo ao espaço do chef português.
“O vermelho que escorre no vidro é o sangue que Avillez avilta com a sua colaboração culinária. A cola que veda a fechadura é a fome provocada que Avillez quer gourmet. As ementas recheadas de realidade são a face visível de que ‘o destino das nações depende da forma como elas se alimentam'”, pode ler-se no site.
O autor, que assina com o nome “Face Oculta”, relata que, “recentemente, o movimento BDS alertou-nos para a participação de um chef português no projeto gastronómico Round Tables Tour”, afirmando que, “infelizmente, a ação indireta alimentada por cartas educadas a apelar para que Avillez não participasse (…) foi apenas uma entrada que o Chef rejeitou”.
Em causa está o festival Round Tables, que está a acontecer em Israel, e que contou com protestos de 140 organizações de direitos humanos.
De acordo com o grupo pró-palestiniano BDS – Boycott, Divestment and Sanctions, o evento gastronómico “tenta branquear a violenta repressão dos direitos humanos dos palestinianos por parte de Israel”.
O semanário avança que este blogue, que se popularizou desde as manifestações anti-NATO no final de 2010, já estava na mira das autoridades portuguesas há vários anos. “Trata-se de um canal anarquista com muita atividade e tem ativistas em Lisboa e no Porto”, diz um alto responsável da investigação.
Apesar de Avillez não ter apresentado queixa, a PSP vai continuar a investigar este incidente. Caso o Ministério Público assim entender, a investigação pode mesmo passar para a Polícia Judiciária.
ZAP
O ataque não pode ser considerado antissemitista, pois não é dirigido contra os judeus enquanto grupo étnico-religioso, ou contra a religião Judáica. Trata-se, antes, de um acto político contra o Estado de Israel.
Afirmar que quem é contra a ocupação israelita de Palestina é antissemita é profundamente desonesto e injusto.