O administrador da EDP, Rui Teixeira, recusa-se a encerrar a Central Termoelétrica de Sines, que é apontada pela empresa ambientalista Zero como a maior unidade poluidora em Portugal.
A Associação Sistema Terrestre Sustentável – Zero elaborou um ranking das empresas e setores com mais emissões de gases com efeito de estufa, baseando-se nos relatórios oficiais do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE).
Os dois primeiros lugares do ranking das empresas mais poluentes são ocupados por centrais termoelétricas a carvão – de Sines (da EDP) e do Pego (da Tejo Energia) – que juntas representam quase um quinto das emissões de dióxido de carbono equivalente de Portugal.
“Nas empresas, segundo dados de 2015, em primeiro lugar está a central de Sines, claramente destacada, com mais de 13% das emissões totais de Portugal, seguida da central do Pego, duas centrais a carvão que têm um peso muito grande nas emissões de dióxido de carbono”, revela o presidente da Zero, Francisco Ferreira.
O presidente da associação disse, em declarações à Antena 1, que “é inevitável que as centrais fechem mais cedo ou mais tarde, e portanto aqui a questão é saber quando é que estas empresas o vão fazer”.
No entanto, o administrador da EDP, Rui Teixeira, afirmou à TSF que a Central Termoelétrica de Sines é a mais eficiente do país, dando a entender que não irá encerrá-la.
Os ambientalistas continuam a defender que as centrais poluentes deviam ser substituídas por centrais de ciclo combinado, a gás natural, que poluem muito menos.
Francisco Ferreira destaca que “a queima de carvão é muito ineficiente e por cada quilowatt hora de eletricidade produzida emitem cerca de 900 gramas de dióxido de carbono equivalente”, enquanto uma unidade de ciclo combinado a gás natural emite apenas 360 gramas.
Para o presidente da Zero, a central de Sines da EDP é antiga e está ambientalmente ultrapassada.
Setor rodoviário é o mais poluente
Na tabela divulgada, a associação revela que, “infelizmente sem surpresas”, o transporte rodoviário é o maior responsável por emissões de gases de efeito de estufa (23,5%), seguido pela produção de energia elétrica – a diferença entre os dois setores é de apenas de um ponto percentual.
Segundo adiantou Francisco Ferreira à TSF, estes números revelam a enorme dependência que Portugal tem em relação ao transporte individual ou coletivo de passageiros, mas também de mercadorias, além de uma grande predominância dos combustíveis fósseis mais poluentes”.
A indústria cimenteira, os aterros, e a produção de gado também estão entre os setores mais poluentes.
“Temos um setor relevante que é o da indústria cimenteira que, pela natureza do seu processo, emite consideráveis quantidades de gases com efeito de estufa, em particular o dióxido de carbono, seguindo-se os aterros onde o poluente principal é o metano“, destacou o presidente da Zero.
A associação ambientalista divulga o ranking antes da entrada em vigor do Acordo de Paris, na sexta-feira, depois de cumprida a exigência da ratificação de, pelo menos, 55 países responsáveis que representem 55% das emissões de gases mundiais com efeito de estufa.
BZR, ZAP / Lusa
Segundo estas organizações ambientalistas a central de Sines é a mais poluente do país devido às emissões de… dióxido de carbono. Fenomenal!
Alguém deveria dizer a estas organizações ou associações que o dióxido de carbono não é um poluente, o monóxido de carbono é mas não o CO2.
Alguém deveria dizer-lhes também que o CO2 é essencial para a vida na Terra e sem o qual nós nem sequer existiríamos.
Parece que estas pessoas convenientemente se esquecem que as plantas absorvem CO2 como alimento. Aliás, está cientificamente provado e exaustivamente comprovado por muitos agricultores que o usam nas suas estufas que quanto maior for a concentração de CO2 na atmosfera mais as plantas se desenvolvem. Crescem mais depressa e propagam-se também mais depressa com o curioso efeito a nível mundial (imaginem só) de ajudar a combater o desmatamento descontrolado que ainda ocorre em muitos países.
O CO2 contribui efectivamente para o aumento da cobertura vegetal a nível mundial e, não menos importante, contribui também (como deveria ser óbvio) para o aumento da produção agrícola. Contribui de facto para o aumento da produção de alimentos em todas as explorações agrícolas de todo o mundo ajudando a combater a má nutrição e falta de alimentos de qualidade que ainda persiste em muitas zonas por esse mundo fora.
É, assim, de uma enorme irresponsabilidade tentar combater a produção de CO2 quando tantos benefícios nos trás. A real consequência trazida pelo actual combate ao CO2 resume-se à diminuição da competitividade das empresas atrasando o progresso dos países.
Fariam muito melhor se se preocupassem com os reais poluentes, com as muitas substâncias que tanto mal nos fazem à saúde e que a todo o momento somos obrigados a inspirar com o ar que respiramos ou a comer junto com a comida que ingerimos. Isto sim, seria uma atitude digna, responsável e mesmo louvável para este tipo de organizações que andam agora e desde há muito preocupadas com problemas do faz de conta.
Já agora, alguém sabe porquê que a EDP não fecha estas centrais?
Porque as agora tão aclamadas energias renováveis são também energias intermitentes e estas centrais termoeléctricas que funcionam em regime de prontidão são ainda fundamentais como apoio para as múltiplas ocasiões de quebra de produção a partir de centrais eólicas e fotovoltaicas.
Estas “novas” energias renováveis, por mais que nos digam que são o único futuro possível e que até já produzem em excesso, são na verdade e infelizmente inconstantes e seriam uma autêntica dor de cabeça para todos nós (produtores, distribuidores e consumidores) se não existissem centrais termoeléctricas de apoio a funcionar em regime de prontidão.