(dr) Lujo Bauer et al
Os óculos que fazem as pessoas desaparecer.
Investigadores da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, desenvolveram óculos que conseguem enganar os sistemas de reconhecimento facial — fazendo-os pensar que estão a ver outra pessoa.
As cada vez mais avançadas tecnologias de reconhecimento facial desenvolvidas por empresas como o Google e o Facebook têm um enorme potencial, mas colocam em causa de forma dramática a privacidade dos utilizadores e consumidores.
Antecipando um cenário futurista cada vez mais próximo, o filme Minority Report, de Steven Spielberg (2002) mostra-nos o protagonista, interpretado por Tom Cruise, obrigado a trocar de olhos para escapar ao tracking feito pela identificação ocular.
Mas felizmente estamos ainda muito longe de ter que fazer tal coisa, bastando para já ao que parece usar uns óculos de aspecto “artístico”.
Confirmado o que Clark Kent já sabe há muito tempo – que usar óculos estranhos confunde as pessoas acerca da sua identidade – investigadores da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, desenvolveram óculos que conseguem enganar os sistemas de reconhecimento facial.
Segundo o Alphr, os óculos convencem os sistemas de reconhecimento facial de que os seus portadores são outra pessoa, tendo conseguido que uma das cobaias, um homem de 41 anos, fosse identificado como a actriz Milla Jovovich e o actor John Malkovich. Ao mesmo tempo!
Embora os óculos tenham um aspecto que mais parece saído de uma aula de trabalhos manuais de crianças, é tudo o que basta para baralhar um dos mais avançados sistemas de reconhecimento facial no mercado.
(dr) Lujo Bauer et al
Kaylee Defer sempre quis ser Nancy Travis…
O estudo foi publicado pelos investigadores num artigo brilhantemente intitulado “Accessorize to a Crime: Real and Stealthy Attacks on State-of-the-Art Face Recognition“. Em tradução (muito) livre, algo como “Equipe-se para um crime: ataque real e sorrateiro ao reconhecimento facial topo de gama“.
Resta saber se o dispositivo funcionará tão bem com sistemas mais avançados, baseados em redes neuronais, que provavelmente seriam capazes de reconhecer e identificar “uma pessoa com óculos”.
Mas se nos próximos tempos vir aumentar o número de pessoas com óculos estranhos na rua, já sabe qual é a razão…
ZAP / Aberto até de Madrugada
