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Raparigas libertadas pelo Boko Haram já se reuniram com as famílias

Três dias depois de terem sido libertadas, as 21 estudantes de Chibok, no nordeste da Nigéria, raptadas pelo grupo extremista Boko Haram, há mais de dois anos, reuniram-se este domingo com as suas famílias.

As jovens foram “trocadas por quatro prisioneiros do Boko Haram”, na manhã de quinta-feira, na região de Banki, na fronteira com os Camarões, confirmou uma fonte local à agência France Presse.

A cerimónia foi organizada pelos serviços de segurança da Nigéria que negociaram a libertação das estudantes que, na sua maioria, eram cristãs, mas que foram forçadas a converter-se ao Islão durante o cativeiro.

Durante a cerimónia, a estudante Gloria Dame disse que sobreviveu a 40 dias sem comida e que escapou à morte por pouco, pelo menos uma vez.

“Estava na floresta quando um avião lançou uma bomba, que caiu perto de mim, mas não fiquei ferida”, disse Gloria Dame à congregação.

“Todos podemos ver a alegria e as emoções dos pais”, destacou Lai Mohammed, ministro da Informação, acrescentando que as conversações com os islamistas vão continuar “até que todas as raparigas tenham sido libertadas”.

Lai Mohammed espera que “muito em breve, um outro grupo [de raparigas], maior do que este, seja libertado”.

Embora tenha conseguido recuperar território aos jihadistas, o presidente Muhammudu Buhari tem enfrentado fortes críticas por não ter conseguido libertar as jovens, que se tornaram no símbolo da forte campanha do Boko Haram para estabilecer um Estado islâmico extremista no país.

O Boko Haram raptou 276 estudantes de uma escola secundária em Chibok, na noite de 14 de abril de 2014, tendo 57 conseguido fugir pouco tempo depois.

Nada se sabia das restantes 219 desde a divulgação de um vídeo pelos radicais em 2014, até que uma mensagem – uma aparente “prova de vida” – foi enviada ao governo nigeriano no início deste ano.

O sequestro em massa chocou o mundo e deu início à campanha internacional #BringBackOurGirls (Tragam as nossas raparigas de volta).

O rapto provocou indignação e trouxe atenção mundial para a rebelião do Boko Haram, que já causou pelo menos 20.000 mortos e mais de 2,6 milhões de deslocados desde 2009.

ZAP / Lusa

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