A coordenadora do Bloco de Esquerda defendeu esta terça-feira, a propósito da entrevista em que admitiu arrepender-se todos os dias da “gerigonça” que permitiu ao seu partido apoiar o Governo do PS, que essa confissão representa seriedade face à política.
À margem da visita que fez na tarde desta terça-feira às áreas de Arouca (Aveiro) queimadas em incêndios, Catarina Martins recordou que “houve um primeiro-ministro que dizia que nunca tinha dúvidas”.
“Não sei se alguém tem saudades desse tipo de forma de olhar a política, mas, quem é serio naquilo que faz, naturalmente assume as dificuldades com que vive”, disse a líder bloquista, numa alusão a declarações do antigo primeiro-ministro e ex-chefe de Estado Cavaco Silva.
Para a líder do Bloco, o arrependimento quanto à chamada “geringonça” basear-se-á, por isso, “nas dificuldades de um trabalho de maioria com partidos que têm divergências conhecidas”.
“Tenho-o dito várias vezes e numas gostam de fazer mais alarde disso, mas a verdade é que as dificuldades são quotidianas“, justificou.
“Todos os dias trabalhamos, todos os dias vamos construindo soluções e o BE aqui está todos os dias para um compromisso que fez de reposição dos rendimentos do trabalho no nosso país, em salários e pensões”, disse, acrescentando: “Se é difícil? É. Muito. Se desistimos? Nunca”.
Em entrevista divulgada na edição de domingo do jornal Público, a coordenadora do BE afirmou que “todos os dias” se arrepende da criação da ‘geringonça’ pelas suas limitações.
Quando questionada se perante polémicas como as viagens pagas pela Galp a membros do Governo não houve algum momento em que o Bloco se tenha arrependido da criação da ‘geringonça’ Catarina Martins afirmou: “Todos os dias me arrependo. Faz parte”.
“Todos os dias sou confrontada com os limites da ‘geringonça’. Isso custa. O que não é mau, é o que temos de fazer. Há dois objetivos essenciais no acordo que o BE fez, mas fizemo-lo e lutámos por ele: travar o empobrecimento do país e afastar a direita do Governo”, acrescentou.
Questionada sobre se tem medo de não conseguir ir mais além, Catarina Martins admitiu que sim.
“Todos os dias tenho medo de não conseguir. Todos os dias tenho de lutar para que seja possível. Não é mau”, afirmou a deputada.
A ‘geringonça’ foi um termo utilizado pelo cronista Vasco Pulido Valente e popularizado pelo ex-líder do CDS-PP Paulo Portas para designar o conjunto de forças políticas que apoiam o Governo socialista, no âmbito de um acordo entre a esquerda que inclui PS, BE, PCP e PEV.
/Lusa
Seriedade politica, era ter um partido que fosse honesto em relação aos dados estatísticos e às medidas implementadas, e já agora fiel às ideologias que defendem em campanha e em oposição. Os pobres continuam a ser os mais prejudicados devido à crise e a Geringonça nada fez nem fará sobre isso. Continuam a procurar restaurar benefícios para os mais beneficiados da sociedade, os funcionários públicos e pensionistas com grandes remunerações, à custa dos impostos dos privados que assim não aumentam salários nem contratam mais gente, levando ainda mais para o desemprego. Os números da realidade não desmentem o que era por demais evidente e previsível. Estamos fartos das mentiras da Geringonça, dos esquemas e boys do Centrão, do carreirismo politico e da demagogia das elites. A Catarina não pode falar em seriedade politica.