Cerca de oito mil polícias já foram suspensos de funções e as detenções não param de aumentar. Erdogan admite mesmo repor a pena de morte para castigar os culpados pela tentativa de golpe de Estado.
O presidente turco, Recep Erdogan, afirmou que vai considerar repor a pena de morte no país, na sequência da tentativa de golpe de Estado da última sexta-feira.
“Nas democracias, as decisões são baseadas naquilo que o povo diz. Eu penso que o nosso governo irá falar com a oposição e chegar a uma conclusão”, afirmou, reagindo ao pedido das multidões em Istambul.
A pena capital foi abolida na Turquia em 2004, no quadro da candidatura da adesão de Ancara à União Europeia.
“Não podemos continuar a adiar isto, porque, neste país, aqueles que lançam um atentado terão de pagar um preço por isso“, disse aos apoiantes, depois de participar em funerais de vítimas do golpe falhado.
O Governo turco conseguiu recuperar o controlo do país no passado sábado e, segundo a BBC, cerca de oito mil polícias já foram suspensos de funções.
Já foram detidas 7.543 pessoas, das quais 6.038 militares, 755 magistrados e 100 agentes da polícia, afirmou o chefe do Governo turco. O número total de mortos é de pelo menos 308.
Segundo a agência de notícias turca Anadolu, o diretor dos serviços de segurança de Istambul, Mustafa Caliskan, deu ordem para abater helicópteros não autorizados sem aviso prévio.
Entre os vários militares sob custódia policial estão 103 generais e almirantes, detidos em rusgas por todo o país, nomeadamente o adjunto militar do presidente turco Ali Yazici.
Erdogan prossegue assim a “grande limpeza” que pôs em marcha depois do golpe falhado e apela aos cidadãos para continuarem nas ruas a manifestar apoio ao regime.
“Vamos continuar a eliminar os vírus de todas as instituições do Estado. É um vírus, como um cancro, que se propaga a todo o Estado”, afirmou numa cerimónia na mesquita de Fatih, em Istambul, em memória das vítimas.
“Este golpe de Estado foi uma dádiva de Deus”, disse ainda Erdogan na noite em que ocorreu a tentativa falhada dos militares.
Esta segunda-feira, o comissário europeu responsável pelas negociações de alargamento da UE sugeriu que o Governo turco já estava preparado para deter milhares de pessoas mesmo antes da tentativa falhada de golpe militar.
O chefe de Estado turco tem repetido os apelos para que os EUA extraditem Fethullah Gulen, a quem responsabiliza pela autoria do golpe.
O imã muçulmano da oposição já negou qualquer envolvimento no golpe e sugere mesmo que poderá ter sido o próprio presidente turco a instigá-lo.
Bruxelas: Nenhum país com pena de morte pode ser membro da UE
A chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, avisou hoje, em Bruxelas, que nenhum país se tornará membro do espaço comunitário, se introduzir a pena de morte.
“Vou ser muito clara, nenhum país se tornará um estado-membro da UE se introduzir a pena de morte. É muito claro. É um ponto-chave“, afirmou a comissária, em resposta a uma questão, em conferência de imprensa, sobre eventuais impactos nas negociações de uma eventual reposição da pena de morte na Turquia.
Ao lado do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, Federica Mogherini lembrou que a Turquia é membro do Conselho da Europa, que, por seu lado, assenta na convenção dos Direitos Humanos que recusa a pena de morte.
A responsável indicou também a necessidade de as “legítimas instituições turcas sejam protegidas”, referindo que a ordem constitucional e o Estado de direito terão de continuar a ser observados, assim como a necessidade de serem respeitados os direitos humanos e as liberdades fundamentais.
“Uma tentativa de golpe de Estado não é desculpa”, avisou a italiana, garantindo que a UE será “extremamente vigilante”, não só “pelo bem da Europa, mas pelo bem também da Turquia e dos turcos”.
Em Bruxelas, onde participou num pequeno-almoço de trabalho com os seus homólogos dos 28, Kerry afirmou, por seu lado, que a NATO também acompanha, de forma muito próxima, a situação na Turquia.
“Como já foi dito, o nível de vigilância e de escrutínio vai ser muito alto”, rematou.
Os dois responsáveis notaram a proximidade e importância das relações entre os EUA e a UE, que se traduz, nomeadamente na cooperação contra o terrorismo e nos apoios à Síria, Líbia e Ucrânia.
Kerry manifestou a sua satisfação por ser o primeiro governante norte-americano a participar num Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE e lançou o desafio de estas reuniões decorrerem regularmente.
“Mas isso é uma decisão dos nossos amigos europeus“, indicou Kerry, ao que a sua homóloga europeia respondeu, prontamente, “acordado”.
Espero que não…….. . Mas podemos ter desta vez um golpe mais violento e com muito sangue nas ruas, se Erdogan não tomar juízo. Estes 6.038 militares, 755 magistrados e 100 agentes da polícia pode ser o rastilho para a bomba.
Acho que a UE vai perder mais um membro.
Quem fez cumprir os direitos humanos dos que morreram, …… na Turquia, ……. em França, …….. em Espanha, ……… na Tunisia, ……., nos Estados Unidos, …….. . …….. ,. …… ,,…… ,…….., …… ,,…….