A Organização de Pesquisa Espacial Indiana ISRO colocou 20 satélites em órbita com apenas um lançamento, fazendo o maior lançamento de satélites na história da agência espacial.
O recorde anterior da agência espacial indiana era de 10 satélites lançados com uma só missão, e esta última proeza deixa o país asiático muito mais perto dos números conseguidos pela NASA e pela agência espacial russa Roscosmos, solidificando o lugar da Índia no mercado espacial global.
Dos 20 satélites, 17 eram comerciais, utilizados por empresas para tarefas diversas como melhorar os sinais de TV ou previsões meteorológicas.
A principal carga lançada ao espaço, porém, foram os 725,5 quilos do ISRO CARTOSAT-2 – um satélite usado para a observação da Terra.
“Cada um desses pequenos objectos colocados no espaço vai realizar a sua própria actividade, que é independente uma da outra, e cada um deles vai viver uma vida maravilhosa por um período limitado”, disse o presidente da ISRO, A. S. Kiran Kumar.
Lançamento sincronizado
Conseguir um lançamento simultâneo como este não é uma tarefa fácil.
Os satélites, que foram lançados a partir da ilha de Sriharikota, tem que ser “injectados” em órbita a uma distância correta entre si para garantir que não acabem por se esmagar uns aos outros.
“Depois de cada satélite ter sido injectado em órbita, o foguete lançador é reorientado, se necessário, e o próximo satélite é colocado em órbita de modo a que a distância entre os satélites cresça regularmente”, explica o diretor do Vikram Sarabhai Space Centre, K. Sivan.
“Depois de uma enorme intervalo de 3.000 segundos, dá-se uma reignição durante 5 segundos”, acrescenta Sivan.
“Então, o lançador desligado por mais 3.000 segundos – e reiniciado por mais 5 segundos”.
Esta é na realidade uma grande notícia para a ISRO, por duas razões.
Representa por um lado o maior lançamento de satélites na história da agência – colocando-a mais próximo ao registo de 29 satélites da NASA e do recorde de 33 satélites da Roscosmos.
Por outro lado, mostra que as empresas estrangeiras estão dispostas a pagar à ISRO para lançar satélites.
“A Índia está a atrair operadores estrangeiros chave no mercado do espaço, graças à sua credibilidade e relação custo-eficácia”, explica o especialista Ajay Lele, investigador sénior do Instituto de Nova Delhi de Estudos e Análises de Defesa.
A maior parte destes “operadores estrangeiros chave” são dos EUA.
13 dos 20 satélites colocados em órbita neste lançamento eram de empresas norte-americanas – entre as quais a Terra Bella, propriedade do Google.
Os outros 7 satélites – com excepção do CARTOSAT-2 – eram da Alemanha, Canadá e Indonésia.
Ao todo, a missão – chamada de PSLV-C34 – colocou em órbita cerca de 1.288 quilogramas de satélites, e provavelmente conseguiu fazê-lo isso com menos dinheiro do que outras agências espaciais.
Eficiência e economia
Ao longo dos últimos anos, a ISRO ganhou reputação de ser económica, especialmente porque muitas das suas missões são bem sucedidas, apesar da redução de custos.
Por exemplo, em 2014, a ISRO enviou uma sonda não tripulada a Marte, a Mangalyaan, que custou apenas 57 milhões de euros no total.
A sonda foi construída em tempo recorde, com um décimo do custo da sonda norte-americana MAVEN, que custou 600 milhões de euros, e menor do que a produção do filme de ficção científica “Gravity”, com George Clooney e Sandra Bullock, que custou 78 milhões de euros.
O êxito da missão colocou a Índia no restrito clube dos exploradores do Planeta Vermelho: EUA, Europa (ESA) e Rússia. O Japão e a China falharam as suas tentativas de chegar a Marte.
Mas o lançamento de foguetes baratos não é a única preocupação para a ISRO.
O mês passado, a agência testou uma versão inicial de um serviço de transporte espacial reutilizável para enviar astronautas ao espaço – e fazê-los regressar – como os antigos vaivéns espaciais da NASA costumavam fazer.
A ISRO está a tornar-se uma notável concorrente no jogo espacial – e isso é óptimo, porque é mais uma para nos ajudar a sair um dia desta enorme pedra azul e conhecer o resto do universo.
ZAP / HypeScience
Já não basta poluir cá dentro… Lol
Claro, invés de se preocupar com o que se passa na terra (principalmente no seu país) a Índia está preocupada com a corria espacial!!!
É sempre bom ter a prioridades bem definidas…
A Índia devia gastar o dinheiro em programas de combate ao subdesenvolvimento, já que é o país com mais pobres e miséria no planeta. Com isso salvaria os muitos milhares que morrem à fome todos os dias na Índia, os milhares que todos os dias vendem órgão do seu próprio corpo para sobreviverem e os milhares que vivem em condições sub-humanas difíceis de acreditar nos países desenvolvidos.
Com tanto satélite nos ares brevemente vão acabar por tapar o Sol e passamos todos a viver às escuras, os indianos esses já vivem na escuridão moral há muito tempo!