Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu, não tem moral para dar “conselhos” a Portugal porque “faz parte da ‘troika’ que quer assaltar o país e que continua a assaltar o país”, acusa o Bloco de Esquerda, depois de Louçã ter falado na “sobranceria” do banqueiro italiano.
A presença de Mário Draghi no Conselho de Estado, a convite de Marcelo Rebelo de Sousa, continua a dar que falar e a gerar críticas, nomeadamente do Bloco de Esquerda, que considera que é “duplamente estranha e duplamente perigosa para a nossa democracia”.
As declarações são de Catarina Martins, a porta-voz bloquista, citada pelo site Esquerda.net, gerido pelo partido, durante uma sessão pública sobre o tema “Que reformas para o país?”, que decorreu no Porto.
“Mario Draghi faz parte da ‘troika’ que quer assaltar o país e que continua a assaltar o país”, atirou ainda Catarina Martins, realçando que o banqueiro italiano foi ao Conselho de Estado “dizer que o nosso país precisa das reformas que foram feitas pelo anterior Governo PSD/CDS-PP, ou seja de cortes nos custos de trabalho”.
Culpando o presidente do BCE por decisões que “têm vindo a prejudicar” o país, nomeadamente no âmbito do Banif, Catarina Martins refere que “o que Mario Draghi devia ter vindo fazer a Portugal era explicar exactamente as suas responsabilidades num sistema financeiro cada vez mais frágil”.
Louçã acusa Draghi de “sobranceria”
Também Francisco Louçã alinha por estas críticas, considerando em entrevista à TSF que “não é muito normal que a primeira reunião do Conselho de Estado seja aberta a um representante de uma entidade estrangeira” e que a intervenção de Draghi foi “totalmente desadequada”.
O ex-líder do Bloco fala de “uma exibição de poder que é totalmente descartada pelas regras constitucionais portuguesas e até pela elegância mais elementar”, depois de na SIC Notícias, na sua rubrica semanal de comentário, ter acusado Draghi de “sobranceria face à República Portuguesa”.
Louçã refere ainda que as políticas da Comissão Europeia têm “uma lógica de destruição” e alerta o governo de António Costa de que não pode permitir a “continuação da destruição porque pura e simplesmente Portugal não aguenta“.
O economista acusa a Comissão Europeia de estar a pressionar o governo para privatizar a CGD – algo que seria “um disparate do ponto de vista da economia portuguesa, e um perigo para o sistema financeiro”, refere.
“O governo só pode manter-se firme nesta matéria”, resistindo a quaisquer pressões da CE, conclui Louçã.
ZAP
E ainda lhe pagamos almoço!
Mudou o presidente mas o ADN é da mesma familia não esperem melhoras e o bombom está pra vir quando ele conseguir correr com o caçapo trapaça.