A coligação que governa a Irlanda perdeu a maioria nas eleições que se realizaram esta sexta-feira. Fine Gael, de centro-direita, e partido Trabalhista, juntos, com apenas 32% dos votos, não garantem a maioria para formar governo.
Os eleitores irlandeses foram às urnas e castigaram as formações partidárias que executaram o programa de resgate da troika, que perderam a maioria no parlamento.
O primeiro-ministro irlandês, Enda Kenny, reconheceu este domingo a derrota da coligação governamental nas eleições legislativas, que se realizaram na sexta-feira.
“Claramente o Fine Gael e o Labour não devem ser reconduzidos e temos de esperar os resultados finais para ver quais as opções possíveis”, disse o primeiro-ministro irlandês à televisão pública RTE.
Enda Kenny afirmou que “estes resultados foram uma deceção para o Fine Gael”.
“A democracia é impiedosa, não posso lutar contra a vontade do povo”, disse o primeiro-ministro irlandês.
O sistema eleitoral complexo na Irlanda faz tardar o apuramento dos resultados finais e oficiais, que só devem ser conhecidos esta segunda.-feira.
Segundo as projecções divulgadas este sábado, o Sinn Fein pode passar a ser a terceira força política na Irlanda. O partido nacionalista, liderado por Gerry Adams, ganhou seis pontos percentuais, devendo ter atingido uma votação de 16%.
O país corre agora o risco de mergulhar numa fase instabilidade política, semelhante à que aconteceu com Portugal e Espanha após as eleições legislativas.
Para alcançar a maioria são necessários 44% dos votos, que garantem os 80 lugares necessários para ter a maioria de deputados no parlamento irlandês.
Uma nova coligação poderia ser firmada entre o Fine Gael e o Fianna Fáil, permitiria juntar 46% dos votos. Mas esse é um cenário que os analistas consideram muito pouco provável, dada a rivalidade política e ideológica entre os dois partidos.
As legislativas de sexta-feira foram as primeiras eleições gerais na Irlanda desde o fim do programa de ajustamento associado ao resgate de 85 mil milhões de euros, em 2013.
O país, de 4,6 milhões habitantes, registou a maior taxa de crescimento económico na União Europeia nos primeiros nove meses do ano passado: 7%.
ZAP