O francês Jérôme Valcke, antigo secretário-geral da FIFA, foi suspenso por 12 anos de toda a atividade ligada ao futebol pelo Comité de Ética, por envolvimento no escândalo de corrupção que abalou o organismo.
Valcke, de 55 anos, foi suspenso a 8 de outubro e acusado de estar implicado num processo de revenda de bilhetes para o Mundial 2014 no mercado negro, envolvendo um alegado suborno de Benny Alon (JB Sports Marketing), acabando por ser despedido em janeiro deste ano.
As acusações, negadas pelo dirigente, foram feitas por um consultor de uma empresa que selou acordo com a FIFA para a venda de bilhetes para o evento no Brasil, mas o contrato foi cancelado.
O período de suspensão de Jérôme Valcke, anunciado esta sexta-feira, é superior ao aplicado pelo Comité de Ética ao suíço Joseph Blatter, presidente demissionário da FIFA, e ao francês Michel Platini, que liderava a UEFA, suspensos por oito anos em dezembro.
O dirigente foi culpado de violar várias regras de conduta (artigo 13.º do Código de Ética da FIFA), de lealdade (artigo 15.º), confidencialidade (16.º), dever de revelação, cooperação e informação (18.º), conflito de interesses (19.º), oferecer e receber prendas e outros benefícios (20.º) e obrigação geral de colaboração (43.º).
Os investigadores do Comité de Ética da FIFA tinham solicitado nove anos de suspensão para o francês, arredado das suas funções desde setembro de 2015, e que sempre se assumiu como fiel a Blatter, de quem era braço direito desde 2007.
“Sempre disse que era o secretário-geral de Sepp Blatter. No início de 2016, haverá um novo presidente da FIFA e, em geral, um presidente escolhe o seu secretário-geral”, afirmou Valcke a 3 de junho.
Antes deste escândalo, Valcke começou por ser denunciado pelo New York Times, que noticiou em junho que o gaulês tinha transferido 10 milhões de euros para contas de Jack Warner, um dos implicados no escândalo de corrupção do organismo, e que então era presidente da Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas (CONCACAF).
“Não tenho qualquer razão para dizer que não devo continuar como secretário-geral, não tenho nenhuma responsabilidade, não tenho nada a apontar-me, não tenho de provar que sou inocente”, justificou-se, na altura, o francês, em entrevista à estação de rádio France Info.