Após os casos de coágulos, a DGS só vai mudar o esquema vacinal aos mais jovens, sendo que a população com mais de 60 anos que tomou a vacina da Astrazeneca irá receber a segunda dose da mesma farmacêutica.
Quem, com 60 ou mais anos, foi protegido contra o vírus pandémico com a primeira dose da vacina da AstraZeneca vai receber também a segunda.
A Direção-Geral da Saúde adiantou ao Expresso que o esquema vacinal só vai ser alterado, com uma vacina diferente na segunda toma, para a população abaixo dessa faixa etária que já tinha sido inoculada com esta versão.
Os peritos explicam que qualquer dose pode ser uma alternativa, embora ainda não estejam terminados estudos que o provem, e que a limitação na escolha está sobretudo na disponibilidade.
A DGS justifica-se com o facto de “os eventos muito raros e potencialmente graves”, trombos sanguíneos, associados à AstraZeneca terem ocorrido maioritariamente em pessoas com menos de 60 anos, pelo que “a vacina continua recomendada” para os mais velhos.
Ainda assim, mesmo com inoculações alternativas a seleção não será fácil, pois há a questão das quantidades disponíveis e o problema dos trombos sanguíneos raros que estão também relacionados com todas as outras vacinas.
“A Comissão Técnica de Vacinação para a Covid-19 (CTVC) está, neste momento, a estudar as hipóteses, nomeadamente através da articulação com os seus parceiros institucionais a nível nacional e internacional”, garante a DGS. Enquanto se espera, a população vai criando as suas reservas relativas à confiança.
“A falta de comparência é maior. Dizem que sim na mensagem, mas não comparecem. Quem vem agora faz muitas perguntas, pede para falar com o médico, e tudo está mais complicado. Os idosos são os mais fáceis de convencer”, diz a enfermeira Ana Paula Morais, de Coimbra.
Ainda assim, Ana Paula Morais acrescenta que “as pessoas vão percebendo como tudo funciona e já não dizem que recusam a vacina, para não ficarem no final da lista, dizem que na data indicada não têm disponibilidade, para assim voltarem a ser contactadas”, talvez já para a toma da vacina que desejam.
Portugal tem contratualizados 6,8 milhões de doses da AstraZeneca, estando previsto que até ao final do terceiro trimestre cheguem 6.161.000.
Já da Pfizer são 13 milhões e sete milhões da Moderna, todas para entrega até ao final do ano.