Só 48% dos portugueses acha que Marcelo deve continuar na Presidência

Manuel de Almeida / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O caso das gémeas luso-brasileiras fez grande mossa na popularidade do Presidente da República e 35% dos inquiridos acha que Marcelo se deve demitir.

Na sequência em torno da alegada cunha de Marcelo Rebelo de Sousa no caso das gémeas luso-brasileiras, uma sondagem da Aximage para o Diário de Notícias concluiu que apenas 48% dos inquiridos acredita que o Presidente da República se deve manter no cargo.

Já 35% acha que Marcelo deve abandonar Belém e 17% não sabe ou não responde. A grande maioria dos inquiridos (95%) já ouviu falar do polémico caso e 83% considera que houve um tratamento de favor.

Recorde-se que a polémica em torno deste caso prende-se nas suspeitas de que o Presidente da República terá interferido para ajudar duas gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal a receber o Zolgensma, o medicamento mais caro do mundo, no Hospital de Santa Maria, em 2020. No total, os custos dos tratamentos para o Serviço Nacional de Saúde ultrapassam os quatro milhões de euros.

A família das gémeas conhecia o filho do chefe de Estado, que enviou um email à Presidência a relatar a sua situação. O caso foi inicialmente reportado pela TVI, que incluiu até um vídeo onde a mãe das meninas confessa ter usado os seus “contactos” e um “pistolão” (termo brasileiro para favor ou cunha).

A rapidez na obtenção da nacionalidade portuguesa para as gémeas também levantou questões, com o processo a demorar apenas duas semanas e as crianças a serem tratadas ainda antes de terem números de utente no SNS.

31% dos inquiridos avalia a actuação de Marcelo Rebelo de Sousa como muito má e 25% como má. 26% descrevem-na como nem boa nem má, 10% acham que o Presidente agiu bem e apenas 4% avaliam a sua prestação como muito boa.

As respostas dadas pelo chefe de Estado também foram pouco esclarecedoras para 42% ou até mesmo nada esclarecedoras para 32%. Só 21% dos inquiridos se consideram esclarecidos pelas sucessivas palavras de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o caso.