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Mais 48 horas para salvar Charlie Gard

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Charlie, Connie Yates e Chris Gard

Charlie, Connie Yates e Chris Gard

O juiz Nicholas Francis, responsável pelo caso, garante: “não há uma pessoa viva que não queira salvar Charlie. Se houver novas provas irei ouvi-las”. Mas também diz que seriam precisas provas “drásticas” para o fazer mudar de decisão.

Os pais de Charlie Gard, o bebé de 11 meses ligado a um suporte de vida, devido a uma doença que afeta a capacidade das células de gerarem energia, tiveram direito a 48 horas, ou seja dois dias, para apresentarem novas provas de como o tratamento experimental a que querem recorrer pode melhorar a difícil condição de saúde do seu bebé, segundo o The Guardian.

Na segunda-feira, a audição em tribunal foi marcada pela emoção e por intervenções “furiosas” dos pais de Charlie.

O juíz responsável pelo caso, Nicholas Francis, disse que teria todo o gosto em mudar a decisão que tomou em abril de não deixar o bebé voar para os EUA – é lá que está o tratamento experimental -, mas que para isso teria que ter acesso a provas “drásticas”, que o permitissem mudar de opinião.

Na sala do tribunal, o juiz disse que Connie Yates e Chris Gard teriam até às 14 horas desta quarta-feira para apresentar as novas provas que alegam ter, incluindo “quando é que o tratamento foi publicado e quando é que eles tomaram conhecimento da sua existência”.

Na quinta-feira, está prevista então uma audição que poderá salvar a vida do pequeno Charlie.

“Tenho que tomar uma decisão sobre este caso sem ter em conta os tweets, nem o que poderá ser dito na e pela imprensa”, disse o juiz, relembrando o mediatismo do caso, enquanto barulhentos protestos de apoio aos pais de Charlie se faziam ouvir fora das portas do tribunal.

A mãe de Charlie perguntou diretamente ao juiz: “O tratamento tem 10% de probabilidade de funcionar. Se fosse o seu filho, faria, certo?“, ao que o juiz respondeu que 10% era um número a considerar na audição de quinta-feira.

No meio da multidão de apoiantes dos pais de Charlie, estava um reverendo americano, Jim Mahoney, que voou para Inglaterra a pedido dos pais da criança. Antes do julgamento, Mahoney anunciou que o congresso americano iria votar na terça feira a possibilidade de Charlie se tornar cidadão americano para realizar um tratamento experimental nos Estados Unidos.

Charlie Gard nasceu prematuramente no dia 4 de agosto de 2016. À sexta semana de vida, os pais levaram a criança novamente ao hospital depois de se terem apercebido que o filho começara a perder peso e força muscular. Foi-lhe diagnosticado síndrome de depleção do ADN mitocondrial, uma condição rara, genética e incurável.

Sete médicos especialistas escreveram uma carta ao hospital onde o bebé está internado, dando conta de dados científicos ainda não testados nem publicados que sugerem uma possibilidade de cura para os danos cerebrais do bebé.

“Dois hospitais internacionais e os respetivos investigadores comunicaram ao hospital, nas últimas 24 horas, que têm novidades sobre o tratamento experimental proposto”, declarou o porta voz.

“Nós acreditamos, tal como os pais de Charlie, que é correto explorarmos essa possibilidade de tratamento. O hospital Great Ormond Street Hospital está a dar a possibilidade ao Alto Tribunal de Justiça de avaliar objetivamente as reivindicações das novas provas provenientes de estudos recentes”, diz o porta-voz do hospital.

Depois de o tribunal britânico ter negado a Chris Gard e a Connie Yeates o pedido para levarem aos EUA o filho para um tratamento experimental, o Tribunal Europeu de Direitos Humanos repetiu a sentença no passado mês de Junho e rejeitou o recurso dos pais.

Depois de uma dura batalha legal que obrigou os pais do bebé de 11 meses a baixar os braços, também um hospital norte-americano se ofereceu para enviar um medicamento experimental para Inglaterra, na esperança de ajudar no tratamento da criança.

ZAP //

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