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Ataque aéreo a um centro de detenção de migrantes na Líbia causa pelo menos 40 mortos

United Nations Photo / Flickr

Pelo menos 40 pessoas morreram na sequência de um ataque aéreo que atingiu, na noite de terça-feira, um centro de detenção de migrantes nos arredores de Tripoli, a capital da Líbia, informaram as autoridades, em novo balanço.

O porta-voz do Ministério da Saúde líbio, Malek Merset, informou que o ataque contra o centro de detenção de migrantes em Tajoura, a sul de Tripoli, também provocou 80 feridos, noticiou esta quarta-feira o Observador, citando a agência Lusa. Um balanço anterior apontava para 10 mortos e 50 feridos.

Em comunicado, o Governo apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) já responsabilizou o Exército Nacional Líbio (ENL, do marechal Khalifa Haftar) pelo ataque.

Em abril, as forças lideradas pelo marechal Khalifa Haftar, o homem forte da fação que controla o leste da Líbia e que disputa o poder político, lançaram uma ofensiva contra Tripoli, onde está o Governo de Acordo Nacional (GAN), estabelecido em 2015 e reconhecido pela comunidade internacional.

Segundo informou a BBC, os últimos anos a Líbia têm sido um trampolim de passagem para muitos migrantes africanos que procuram fugir para a Europa. Desde a destituição e execução de Muammar Gaddafi que o país tem vivido num caldeirão de violência.

Osama Ali, um porta-voz dos serviços de emergência líbios, contou à AFP que estariam cerca de 120 migrantes no edifício que foi atingido pelo ataque. Acrescentou ainda que o número de mortos pode vir a aumentar, já que os dados que têm até agora são ainda “contagens preliminares”.

O GAN, liderado pelo primeiro-ministro Fayez al-Serra, atira as culpas deste ataque para o ENL, afirmando que o ataque foi “premeditado”, “preciso” e um “crime hediondo”.

O ENL tem lutado contra as forças do governo nas redondezas do local que foi atacado. O grupo anunciou na passada segunda-feira que iam levar a cabo uma série de raids aéreos pesados em Tripoli.

Contudo, o porta-voz do ENL disse à Reuters que o grupo não é responsável pelo ataque no centro de detenção. A Agência das Nações Unidas para os refugiados afirmou-se “extremamente preocupada” com estes ataques.

Centenas de pessoas passam por centros desse género, geridos pelo governo, muitos deles localizados junto às linhas da frente do conflito armado. As fracas condições desses estabelecimentos já foi várias vezes alvo de reprovação por parte de grupos de defesa dos direitos humanos.

A União Europeia intensificou a cooperação com a Guarda Costeira da Líbia, de forma a intercetar barcos de migrantes. Mesmo assim, gangs de tráfico de pessoas continuam a florescer por entre o caos político deste país.

TP, ZAP //

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