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Mais de 3 milhões de portugueses foram ao hospital com falsas urgências

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COD Newsroom / Flickr

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O número já ultrapassa em 134 mil pessoas o período homologo do ano passado. Lisboa e Vale do Tejo é a região do país com mais falsas urgências.

No primeiro semestre de 2016, perto de 3,2 milhões de portugueses dirigiram-se até a um hospital com falsas urgências, mais 134 mil pessoas do que no mesmo período do ano passado.

É esta a conclusão do Diário de Notícias que, esta quinta-feira, divulga os dados da Administração Central do Sistema de Saúde. A região de Lisboa e Vale do Tejo é o caso mais grave.

Segundo o jornal, as pulseiras verdes, azuis e brancas – consideradas pouco ou não urgentes – foram 46,6%, o valor mais alto das cinco regiões do país.

Dos 13 hospitais da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, cinco subiram o número de não urgentes.

Entre eles estão o Centro Hospitalar de Lisboa Norte (50%), de Loures (54%), o Garcia de Orta (48%) e o hospital Amadora-Sintra (54%).

Apesar desta região ser o caso mais flagrante, os dados da ACSS mostram que este problema aumentou em 22 hospitais do país, havendo 12 unidades acima dos 40% e 8 que ultrapassam os 50%.

No Norte, a situação é menos significativa mas fazem parte deste top oito das pulseiras pouco urgentes o Centro hospitalar Póvoa do Varzim, Santa Maria Maior e hospital Senhora da Oliveira.

Os utentes não têm culpa

Em declarações ao jornal, Rui Nogueira, presidente da associação dos médicos de família, recorda que esta situação, sobretudo em Lisboa, é provocada pelo “aumento da população inscrita nos centros de saúde” e “uma ligeira descida de médicos de família”.

“Faltam cerca de 400 clínicos e 20% da população não tem médico de família. À partida esta é uma justificação para estes doentes que deveriam ir aos centros de saúde e vão à urgência. Se não temos capacidade para os atender, continuam a ir aos hospitais”, explica.

“É preciso olhar com cuidado para os dados. É preciso mudar a cultura de que nos hospitais são melhor atendidos e aumentar a capacidade de resposta dos centos de saúde”, afirma.

Na opinião do bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, “classificar estas como falsas urgências é abusivo” assim como “culpar os doentes”.

“As pessoas não têm capacidade para avaliar a sua situação e a triagem de Manchester define prioridades e não urgências”, declara.

“Os doentes vão à urgência porque precisam de uma resposta e ali sabem que têm“, acrescenta o bastonário, que vê “falta de capacidade dos centros de saúde e das consultas externas dos hospitais”.

De acordo com a ACSS, Portugal é um dos países da OCDE que historicamente regista um maior volume de idas às urgências.

ZAP

3 Comments

  1. Quem dá esta informação, lamentavelmente não tem conhecimento da realidade ou é uma pessoa mal formada, dado que as pessoas só recorrem ao Hospital por necessidade uma vez que a determinas horas nem sequer existem postos da Segurança Social abertos, não acredito que haja alguém que fique numa sala de hospital, horas seguidas, com a possibilidade de apanhar outras doenças.
    Basta ver, por vezes as reportagens onde mostra pessoas na fila desde madrugada para ter medico, e não conseguem. Sabemos todos que Portugal tem dificuldades graves em todos os Sectores, contudo nada justifica que determinados indivíduos, queiram que acreditemos que o problema não é do sistema que está feito cada vez mais para determinada parcela da sociedade que podem ter seguros de saúde, dando a entender que os que recorrem aos hospitais vão lá por desporto. Em tempos antigos admito que possa ter sucedido, neste momento com as dificuldades no atendimento não creio.

  2. Os privados existem ha muito tempo e os seguros de saude traduzem-se num sacrificio extra para a carteira de muitos porque infelizmente o nosso servico publico é miseravel.
    De notar que nos EUA nao existe servico de saude publico, apenas Privado. Nao deveria ser assim mas é. Tal como nao deveria ser possivel um jogador de futebol ganhar tantos milhoes de euros enquanto tanta gente passa fome com pensoes miseraveis, e no entanto as pessoas compram bilhetes e vao ao estadio aplaudir. Tanta coisa que ta mal, esta é mais uma apenas…

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