Isaac Asimov foi um escritor de ficção científica russo, tendo escrito mais de 500 obras ao longo da sua carreira. O seu trabalho continha muitas previsões sobre o futuro da sociedade e da tecnologia.
Algumas delas tornaram-se de facto realidade, como a nossa capacidade de usar o que ele chamou de “comunicação visual-sonora” para entrar em contacto com qualquer pessoa na Terra. Já outras, como uma máquina que pode converter fermento, algas e água em alimentos como “peru falso”, por exemplo, não se concretizaram – ainda.
Em 1983, o Toronto Star convidou Isaac Asimov para prever como seria o mundo em 2019. A escolha da data não foi arbitrária. De acordo com o jornal, era um bom momento para colocar esta questão, uma vez que se teriam passado 35 anos desde que George Orwell escreveu “1984”.
Asimov sublinhou que seria inútil imaginar o futuro da sociedade se os EUA e a União Soviética começassem uma guerra nuclear, por isso assumiu que isso não aconteceria. Em seguida, o escritor dividiu as suas previsões em dois temas principais: informatização e utilização do espaço.
Em relação à informatização, Asimov fez algumas previsões, embora fossem amplas. “A informatização, sem dúvida, continuará inevitavelmente”, disse.
Para o escritor, o “objeto computadorizado móvel” iria “penetrar nas casas” e a crescente complexidade da sociedade impossibilitar viver sem esta tecnologia, os computadores transformariam os hábitos de trabalho e substituiriam empregos antigos por outros diferentes e a robótica extinguiria “tarefas rotineiras e de linha de montagem”.
Além disso, a sociedade precisaria de uma “vasta mudança na natureza da educação, e populações inteiras precisariam de ser alfabetizadas em computadores” e “ensinadas a lidar com um mundo de alta tecnologia”. Segundo Asimov, a transição educacional seria difícil para muitos, especialmente quando a população mundial começar a crescer a taxas sem precedentes.
Asimov fez algumas suposições ligeiramente equivocadas sobre o futuro da informatização. Por exemplo, previu que a tecnologia revolucionaria a educação – o que é correto – , mas que a escolaridade tradicional tornar-se-ia desatualizada à medida que as crianças se tornassem capazes de aprender tudo o que precisam a partir dos computadores em casa.
Já em relação à utilização do Espaço, Asimov afirmou que entraríamos no espaço “para ficar”. E estava certo: a Estação Espacial Internacional está continuamente ocupada há mais de 18 anos.
Porém, o escritor foi otimista demais quanto aos empreendimentos espaciais das futuras sociedades, prevendo que os humanos estariam “de volta à lua” com operações de mineração, fábricas que “usariam as propriedades especiais do espaço”, observatórios e até uma estação de energia solar. Asimov também pensou que estaríamos a caminho de estabelecer assentamentos humanos na lua.
“Até 2019, o primeiro assentamento espacial deve estar em planeamento e, talvez, esteja em construção”, escreveu. “Seria o primeiro de muitos em que os seres humanos poderiam viver às dezenas de milhares e em que poderiam construir pequenas sociedades de todos os tipos”.
A NASA, de facto, planeia enviar astronautas para a lua novamente – mas só daqui a cerca de uma década. E, enquanto a agência espacial norte-americana e diversas outras instituições estão a estudar a possibilidade de assentamentos espaciais, provavelmente não sairão do papel durante o próximo ano.
Futuro da tecnologia é difícil de prever
É possível usar observações como a lei de Moore para prever os tipos gerais de avanços tecnológicos que devemos ver em um, dois ou até cinco anos. Mas, como disse o analista de tecnologia Andy Oram, da O’Reilly Media, num relatório do Pew Research Center sobre o futuro da Internet, “além de cinco anos, tudo está em aberto”.
Isto acontece porque é impossível prever as muitas maneiras inovadoras em que a próxima geração pode fazer uso destes grandes avanços.
Ed Lyell, ex-membro da Comissão Consultiva do Conselho de Educação e Telecomunicação do Estado do Colorado, elaborou mais esta ideia num relatório do Internet & American Life Project do Pew Research Center.
“Peter Drucker escreveu sobre as principais transformações da história. A imprensa, a revolução industrial movida a motores a vapor e a Internet emergente. O seu ponto principal é que é preciso uma geração, cerca de 25 anos, para que a nova ‘coisa’ realmente tenha impacto”, escreveu Lyell.
ZAP // Big Thing
De acordo com o jornal, era um bom momento para colocar esta questão, uma vez que se teriam passado 35 anos desde que George Orwell escreveu “1984”????
O homem morreu em 1950 e o 1984 foi lançado em 1949…
Caro Jjs,
“Em 1983, o Toronto Star convidou Isaac Asimov…”, e nesse ano, tinham passado 35 anos desde que George Orwell escreveu “1984” (coisa que fez em 1948).
Têm razão, li mal o texto 🙂 Bom ano.
Um Bom Ano para si também 🙂
Zap, já agora:
<>
Isaac Asimov era norte-americano. Nasceu, sim, na Rússia, mas emigrou com familiares para os EUA quando tinha três anos.
Como é obvio, ele era russo!!
Se mais tarde, obteve nacionalidade norte-americana, isso não elimina a sua nacionalidade original!
Eu sempre o conheci por “russo”, ainda que, de facto, tenha emigrado para os USA com 3 anos e obtido a nacionalidade americana pouco depos, com 8 anos.
E nunca aprendeu russo, porque os pais eram hebreus e sempre lhe falaram em yiddish e inglês.