John Corcoran é um professor norte-americano que lecionou durante 17 anos, sem nunca saber ler. A história podia ter saído de um filme, mas é real.
John Corcoran teve uma infância comum no Novo México, EUA, nas décadas de 1940 e 50. Frequentou a escola e a universidade, até que depois se tornou professor. Tudo isso foi feito enquanto John carregava consigo um segredo improvável: não sabia ler uma única frase.
Em declarações à BBC, o professor relata o sofrimento de ter tido que recorrer a estratégias frequentes para esconder o seu analfabetismo, até decidir revelar a verdade ao mundo, aos 48 anos: “Quando era criança, ouvia os meus pais dizerem-me que eu era um vencedor. E, nos meus primeiros seis anos, eu acreditei nisso.”
A história de John expõe não só o sofrimento pessoal, mas também a forma como o isolamento e a automatização do sistema de ensino como um todo podem destruir a autoestima, a aprendizagem e até mesmo o futuro de uma criança.
Tendo crescido com dificuldades de leitura e escrita, o próprio estigma provocado por essa questão fez com que John dedicasse todo o seu esforço ao longo da vida escolar a esconder o facto de não saber ler.
Todas as mais incríveis táticas e estratégias foram utilizadas – desde trocas de provas até ao roubo de testes e de um móvel da sala de professores para descobrir as questões do exame.
Quando concluiu o ensino obrigatório, John decidiu ir para a faculdade com uma bolsa de atleta, à procura de um emprego e uma vida melhor. John estava, no entanto, cada vez mais enterrado no seu segredo, sem conseguir revelar ou enfrentar o problema.
Os esforços continuaram e John formou-se. Depois de finalmente conseguir sair do que considerava um cenário de guerra e prisão, Corcoran voltou à escola, mas desta vez como professor.
Enquanto professor, John ensinou um pouco de tudo: atletismo, estudos sociais e até digitação. Era capaz de assinar o nome e de reproduzir palavras, mas incapaz de saber o que estava a reproduzindo na sua caligrafia ou na máquina de escrever.
A autoridade que lhe era conferida enquanto professor protegia-o, e assim John continuou a lecionar desde 1961 até 1978.
Quando já tinha mais de 40 anos John decidiu contar à sua esposa a verdade sobre o sofrimento que carregou consigo durante uma vida inteira. A sua mulher não entendeu a profundidade do problema, e só quando o viu a tentar ler uma história para a filha é que percebeu a gravidade daquele cenário.
John, no entanto, só conseguiu enfrentar o problema aos 48 anos, quando soube através da então primeira-dama Barbara Bush, que faleceu esta quarta-feira aos 92 anos, sobre o problema do analfabetismo adulto e de um imenso programa para alfabetizar esses adultos que passaram a vida toda sem saber ler nem escrever.
Através desse programa, John conseguiu uma tutora, e após sete anos de estudos, conseguiu se libertar do estigma e da encenação que tinha sido toda a sua vida.
Inicialmente o professor tinha decidido esconder a história até ao fim mas, para inspirar outras pessoas que pudessem estar a passar pelo mesmo que ele, decidiu abrir o jogo e revelar publicamente a sua história que parece ter saído diretamente de um filme.
O relato de John visa principalmente denunciar o quanto o sistema de ensino é capaz de alienar crianças, sem que de facto aprendam coisas tão básicas como a leitura e a escrita, com o objetivo de romper o que chama de “ciclo de fracasso”.
Ao enterrar o seu “fantasma” aos 48 anos, John iluminou um fantasma muito maior, que precisa de ser enfrentado como um problema real.
Historias da carochinha…
Aos Senhores do site: fizeram alguma coisa para confirmar esta noticia? É que não há maneira nenhuma de me fazerem acreditar nisto. É simplesmente impossível. Da maneira como está descrito, é impossível. Não deveria haver algum cuidado da vossa parte antes de divulgar coisas destas?
Caro leitor,
A notícia é baseada numa reportagem da BBC, fonte que reputamos de de fidedigna.
Um verdadeiro Sócrates americano . só que teve azar e nunca entrou na política ,caso contrário teria feito fortuna…..
A wkipedia tem à vários anos um artigo com fontes (repito – COM FONTES, portanto não se aplica a critica o argumento “Isso, a wikiepdia qualquer um pode inventar uma história e pôr lá”) sobre o assunto).
https://en.wikipedia.org/wiki/John_Corcoran_(author)
http://www.bbc.com/news/stories-43700153
Mas há uma diferença face a esta história (que pode ser relevante ou não) – ele pelos vistos lia como um aluno da 2ª classe, o que é diferente de não saber ler (e parece-me que ele seria mais um caso extremo de dislexia do que propriamente de analfabetismo; no artigo fala que que ” he resolved to finally learn how to read”, o que não é exatamente a mesma coisa quer “learn to read”; o “how” – “aprender COMO ler” – parece indicar que não seria uma questão de não saber o significado das letras, mas de ter dificuldade no ato mental de juntar as letras para formar palavras e frases).
Sr. Madeira; o meu comentário refere-se apenas ao primeiro parágrafo do seu comentário. Não seria melhor ter escrito: “A wikipedia tem há vários…”?
Para quem está a duvidar da história, googlem por ‘I was a teacher for 17 years, but I couldn’t read or write’, quem em breve acharão uma noticia da BBC com a mesma conversa (e não se esqueçam que isto é algo que se passou há dezenas de anos atrás).
[Tinha feito outro comentário sobre o assunto, mas como tinha links deve ter ficado filtrado]
Valha-nos Stª Minerva!
Ainda que seja uma verdade ocorrida há anos não deixa de ser o género de notícia que outra finalidade não tem que não seja afrontar a inteligência humana.
Não haverão assuntos mais interessantes para fazer chegar aos leitores, seja do ZAP ou BBC?!.
Se forem credíveis e interessantes vendem na mesma!!!
Caro António,
Haverá assuntos mais importantes do que este?
Para compor uma notícia sensacionalista, “pintaram” a incapacidade do senhor de ler bem, a sua dislexia, ou falta de adequada alfabetização (que é diferente de ler e escrever) como um simples “professor que nunca soube ler”. Isto é jornalismo rasca, da BBC e dos que aproveitaram a notícia para a colocar aqui. A BBC não está isenta de fazer porcariazitas que “não valem nada” (ou por ser a BBC há aqui um “atestado” de qualidade indesmentível e inquestionável?). Depois agrava traduções mal feitas para português, tendenciosas e viciadas para tornar tudo muito fantástico e inacreditável. Mau trabalho, é só. Existem muitas pessoas com o problema do senhor, embora raramente cheguem a ser docentes, isso é que foi admirável. Ele saberá ler, mas lê mal com certeza, escreverá com muitos erros ortográficos, com problemas de construção gramatical, isso é muito comum. Veja-se no Facebook, na língua portuguesa, o que aparece escrito.