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Ministra das Finanças diz que bancos devem pagar as suas crises

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Ministra das Finanças, Maria Luis Albuquerque

Ministra das Finanças, Maria Luis Albuquerque

A ministra das Finanças criticou hoje a indefinição do calendário para terminar a União Bancária, e defendeu que devem ser os próprios bancos a pagar as futuras crises bancárias.

Num discurso no Parlamento, onde participa numa conferência organizada sob o tema da União Bancária, Maria Luís Albuquerque diz que Portugal defendeu em Bruxelas a consagração expressa da necessidade de criar um fundo com dinheiro dos orçamentos nacionais que complemente o fundo de resolução dos bancos (que é constituído a partir de vários fundos nacionais construídos com contribuições dos bancos) para gerir eventuais falências.

Para a ministra, o fundo único de resolução bancária (que está em discussão a nível europeu e é considerada a segunda perna da União Bancária) “não é credível sem um ‘backstop’ orçamental que assegure que os fundos estão disponíveis” para a resolução dos bancos.

Maria Luís Albuquerque garantiu ainda que “Portugal bateu-se fortemente pela consagração pelos diplomas em causa de referências expressas a esse ‘backstop’”, mas diz que há “diferentes sensibilidades entre os Estados-Membros”, que têm atrasado este processo.

Mesmo com este fundo com dinheiro dos contribuintes, o custo das futuras crises bancárias, diz a ministra, deve sempre ser suportado em última análise pelo setor bancário.

Maria Luís Albuquerque criticou ainda a indefinição do calendário para a terceira (que seria a última) perna da chamada União Bancária, que é a centralização dos mecanismos de garantia de depósitos. Estes esquemas garantem o dinheiro dos depositantes, até 100 mil euros, em caso de falência de um banco, mas o prazo para a sua discussão não está definido e já é conhecida a oposição da Alemanha a esta hipótese.

“Lamentavelmente não esta definido um calendário para o avanço nesta vertente, o que deixa incompleto mais uma vez o projeto de União”, disse.

Maria Luís Albuquerque não deixou de aproveitar no entanto, perante uma plateia composta por deputados, banqueiros e alguns especialistas internacionais do tema, de enumerar as ‘vitórias’ do seu próprio Governo.

Maria Luís Albuquerque afirmou que “a consolidação orçamental prossegue e o défice reduziu-se para cerca de metade do registado em 2010”, sublinhou que o país alcançou um excedente externo, que o sistema financeiro está mais capitalizado e que a desalavancagem se está a fazer de forma ordeira, que “as reformas estruturais empreendidas começam a dar frutos” e que a “recessão deu lugar a um caminho de crescimento económico acompanhado de uma redução de desemprego”.

“O processo de regresso do tesouro ao mercado de capitais evoluiu muito favoravelmente, com as últimas emissões a registar forte procura de investidores internacionais e as taxas de juro de mercado a descerem, quer em valor absoluto quer em ‘spread’ relativamente às taxas suportadas pelos países ‘core’ da área do euro”, disse ainda.

/Lusa

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