Jerónimo vota contra Orçamento Retificativo, BE impõe condições

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CDU / Facebook

Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa

O Partido Comunista vai votar contra a proposta do Governo de Orçamento Retificativo para 2015, pois discorda do facto de transferir para os contribuintes uma parte dos encargos com o Banif.

O PCP não concorda com a proposta do Governo para o Orçamento Retificativo e, por isso, vai votar contra, segundo afirmou uma fonte do partido à agência Lusa, citada pelo Diário de Notícias.

O Partido Comunista não concorda com a solução encontrada pelo Governo para resolver o caso Banif, uma vez que passa por transferir uma parte dos encargos para os portugueses.

Já o Bloco de Esquerda revelou que vai impor duas condições para aprovar esta proposta, entre elas a criação de uma nova lei de intervenção no sistema financeiro, com a constituição de uma nova autoridade nacional e a retirada de poderes ao Banco de Portugal, e ainda a garantia de que o Novo Banco fica na esfera pública, com o Estado a assumir a direção do Fundo de Resolução e o fim da proteção aos chamados credores séniores.

“Tem que acabar já o tempo em que os bancos privados são limpos com os dinheiros públicos e depois ficam outra vez nas mãos dos privados. É preciso garantir que não haverá outros bancos a exigir cheques em branco”, afirmou Catarina Martins.

A bloquista repetiu ainda para a necessidade dee uma Comissão de Inquérito. “Quando alguém perde, alguém ganhou e é urgente saber quem ganhou com as perdas do Banif. Onde está o dinheiro?”, questionou.

Esta segunda-feira, depois do Conselho de Ministros, o ministro Mário Centeno disse que o Orçamento Retificativo para 2015 vai contar com uma injeção total de 2.255 milhões de euros para financiar a medida de resolução do Banif.

“Foi aprovado no Conselho de Ministros a alteração do Orçamento de Estado que inclui um pacote de ajuda estatal de 2,2 mil milhões de euros, que permitem injeções de capital no Banif no montante de 1.766 milhões de euros, e um empréstimo ao Fundo de Resolução de 489 milhões”, explicou.

O ministro das Finanças adiantou que esta situação vai refletir-se no défice de 2015 em mais de 1 ponto percentual, levando-o para “perto dos 4%”.

A proposta de alterar a lei orçamental será discutida e votada na próxima quarta-feira na Assembleia da República.

ZAP

3 Comments

  1. Parece-me que tanto PCP como BE têm razão no que afirmam e mais coerente e eficaz talvez a proposta do BE, o problema é que também eles não estão isentos de culpa porque logo à partida aceitaram apoiar este governo sabendo que este e outros problemas idênticos existiam e muitos outros hão-de surgir, por isso se estão no matrimónio com um pé dentro outro de fora não me parece lógico andarem a fazer teatro com coisas muito sérias e que tocam na vida de cada cidadão. Também não compreendo que depois de certas afirmações e atitudes do PS em relação à TAP por exemplo, não tenha optado pela nacionalização do Banif uma vez que o Estado já possuía mais de 60% do capital, afinal parece que entre o dizer e fazer a distância é abismal.

    • Segundo os dados tornados públicos, a opção de integrar o BANIF na CGD (íncluindo-o na esfera do Estado) foi rejeitada pela União Europeia.

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