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Imagem de criança síria morta na praia torna-se símbolo do drama dos refugiados

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golgetiyatro / Twitter

Uma ilustração com base na imagem do pequeno Aylan Kurdi foi uma das vítimas do naufrágio de uma embarcação com migrantes sírios, na Turquia

Uma ilustração com base na imagem do pequeno Aylan Kurdi, uma das vítimas do naufrágio de uma embarcação com migrantes sírios, na Turquia

As imagens do corpo do menino Aylan Kurdi morto sobre a areia de uma praia na Turquia percorreram o mundo inteiro.

Aylan Kurdi, o menino curdo de três anos, viajava com a família, à qual tinha sido recusado o pedido de asilo ao Canadá. Apenas o pai se salvou do naufrágio. Tal como ele, 2.600 pessoas morreram em 2015 a tentar atravessar o Mediterrâneo em direção à Europa.

Nas redes sociais, as reações horrorizadas à imagem da criança morta estão a ser publicadas com a hashtag #KiyiyaVuranInsanlik – “o naufrágio da Humanidade“.

O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, salientou, em entrevista à CNN esta quarta-feira, que a crise dos migrantes requer uma resposta coerente e que só a Europa a pode fornecer, com base na solidariedade.

Eu reagi com uma terrível frustração“, disse António Guterres quando questionado pela jornalista da estação de televisão norte-americana sobre o que sentiu quando viu a imagem da criança morta que deu à costa numa praia da Turquia.

O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados sublinhou que há muito tempo que se anda a falar nas questões legais que envolvem a mobilidade e a livre circulação de pessoas.

“Precisamos de avenidas legais para ir para a Europa, para ir para o Golfo, onde eu estou agora, e para outros locais de forma a permitir que haja mais reinstalações, mais oportunidades de admissão de refugiados por motivos humanitários, reforçar os programas de unificação justos e flexibilizar as políticas de vistos”, disse na entrevista à CNN.

“Estas pessoas são forçadas a irem de barco, pagam quatro ou cinco mil euros, e morrem nestas circunstâncias desesperadas. Isto não faz sentido”, afirmou.

António Guterres disse que a atual crise dos migrantes requer “uma resposta coerente”.

“Precisamos de dar uma resposta coerente a esta situação e, na minha opinião, apenas a Europa como um todo, baseada na solidariedade, pode dar essa resposta. Nenhum país isolado o vai conseguir fazer”, acrescentou.

A 26 de agosto, António Guterres tinha em conjunto com o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, apelado à criação urgente de centros de acolhimento e de triagem face ao fluxo de migrantes e refugiados na Europa.

Dogan News Agency / EPA

Aylan Kurdi, o menino sírio afogado numa praia turca

Aylan Kurdi, o menino sírio afogado numa praia turca

Desde o início do ano, 293.000 migrantes e refugiados tentaram chegar à Europa através do Mediterrâneo e 2.440 faleceram durante o percurso, segundo os números anunciados no final de agosto por Guterres.

“Temos de acelerar e intensificar as decisões tomadas pelo Conselho Europeu relativo à Agenda para as Migrações. Há questões essenciais como a receção, o registo, os ‘hotspots’ [centros de acolhimento e de triagem], a relocalização e a reinstalação”, disse então Guterres depois de uma reunião com o governante francês em Genebra, de acordo com a agência de notícias francesa.

Guterres deixou também um apelo à comunidade internacional para mostrar uma maior generosidade para com os refugiados sírios, salientando que o apelo feito pela ONU para um financiamento para o efeito obteve contribuições de apenas 41%, até ao momento, do montante total solicitado.

Com o drama dos refugiados cada vez mais visível, a onda de solidariedade também tem crescido, surgindo iniciativas como o site alemão Flüchtlinge Willkommen – em português, “Refugiados Bem-Vindos” – que junta ofertas de alojamento de particulares.

Para já, são mais de 780 os alemães inscritos neste portal online que já ajudou pessoas de países como Síria, Somália, Burkina Faso, Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Os criadores da ideia estão já a pensar levá-la a outros países da Europa.

ZAP / Move / Lusa

6 Comments

  1. Gostaria de dizer o que penso sobre o cinismo desta europa, ou de outro continente qualquer, porque votamos nesta gente? e que afinal só olham para o seu umbigo, e os outros que se danem. Não vou dramatizar o que vai na alma, não vou dizer o que sinto, porque a grande maioria sabe o que nós sentimos ….
    Por fim quedamos perante aqueles que tombaram num praia, num hospital num campo qualquer, numa matança, por aqueles que se julgam donos do mundo. Honremos os mortos, porque dos vivos esses estão moribundos que julgam-se os senhores absolutos. RIP

    • verdadeiramente chocante.

      mais chocante ainda, é estarmos a assistir a um novo holocausto sem impunidade. e chocante ver que um grupo de terroristas (aos quais ate reconhecemos como um estado ) que comentem barbaridades contra todo o mundo, assassinando cidadãas de todo o mundo, impunemente.e chocante cer que estes terroristas entram noutros paises cometendo abarbaros assassinatos.

      por quanto tempo vamos admitir esta crueldade.

      e, no entretanto, ainda vamos ter de aceitar. que mais crianças e respectivos familiares venham a ter o mesmo destino

      eu digo basta ! eu não quero ser conivente neste holacausto

  2. Os corruptos que assaltam o mundo, tanto no Ocidente como nos países em desenvolvimento, são os responsáveis por esta imensa crise humanitária, e por todos os males que afligem a humanidade. E nós, que votamos em políticos corruptos e que toleramos a corrupção (e que às vezes a praticamos, mesmo que seja numa escala menor) somos cúmplices. E tudo para morrermos um pouco mais ricos!

  3. Infelizmente são as imagens das crianças que nos atingem mais, esta situação dos refugiados é muito complicada ainda mais com os extremistas Islâmicos a fazer ameaças ao ocidente se abrirmos as portas para todos os que fogem á fome, guerra e á intolerância Religiosa nunca saberemos a quem estamos a dar abrigo se realmente a quem precisa ou a fanáticos infiltrados. É de lamentar que a religião ainda continue como móbil nestas atrocidades o ser humano não aprende com os erros cometidos ao longo dos séculos .

  4. Nem vou sequer discutir quem deve ou não receber esta gente mas sim as razões que levaram a Síria a esta guerra e os outros vizinhos ás tais primaveras árabes tão aplaudidas sobretudo pelos órgãos de comunicação social, a acrescentar a estes temos os africanos e não só que atravessam todo o continente africano para tentar chegar até cá, responsáveis: fanatismos religiosos, governantes corruptos e da pior espécie e todas as potências mundiais que se servem da miséria e fragilidade desses governantes e povos para lhes impingir armas procurando fazer negócio e ganhar amizades com o completo desrespeito pela vida humana.

  5. E as criancinhas portuguesas que morrem lentamente, pelos motivos mais diversos, causados pelos políticos que nos governam? Pais no desemprego, fome em casa, falta de medicamentos, assistência médica, comida de jeito – Morte lenta – Nas escolas falta leite para as crianças, professores motivados, degradação da educação – Morte lenta – Nos hospitais faltam recursos para equipar e dotar os serviços materno infantis com pessoal e meios técnicos necessários – Morte lenta – Pactuação com a violência doméstica, com a pedofilia eclesiástica – Morte lenta –
    É tudo uma questão de hipocrisia dos políticos que tentam ganhar votos e simpatia em momento específicos – veio mesmo a calhar – e não perdem a oportunidade de aproveitar.
    E ainda o facto de, porventura, tratar-se da QUINTA COLUNA do processo em curso da ismlização da europa por todos os meios. Sabe-se que esta gentinha islamita não tem respeito pelos vivos, inclusivamente pelos eis co-cidadãos. Agora, trata-se de “arranjar” uns tantos mártires, “sensibilizando” com as crianças, os velhos e os desgraçados, infiltrando a Europa com a QUINTA COLUNA. Não darei mais de 15 anos para que haja o primeiro governo islâmico radical em qualquer pais da Europa, impondo a lei no profeta a todos nós, pela força. Estarei no outro lado da barricada.

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