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Cientistas descobrem peixe que consegue reconhecer e recordar rostos

Chrumps / Wikimedia

Toxotes jaculatrix, o peixe que consegue reconhecer e recordar rostos humanos

Toxotes jaculatrix, o peixe que consegue reconhecer e recordar rostos humanos

Apesar dos peixes serem considerados seres não muito inteligentes, um peixinho tropical mostrou que talvez estes vertebrados aquáticos não são assim tão “inúteis”.

Um novo estudo da Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a Universidade de Queensland, na Austrália, descobriu que o Toxotes jaculatrix consegue distinguir rostos humanos.

Esta espécie, também conhecida por “peixe arqueiro”, pode ser encontrada em países como a Indonésia, a Austrália e a Papua-Nova Guiné. Esta é a primeira vez que tal capacidade foi observada neste tipo de animal.

De facto, investigações anteriores tinham mostrado que alguns animais – como cavalos, vacas, cães e até pombos – conseguiam concluir essa tarefa com sucesso.

A verdade é que, ao contrário desta espécie, todos estes animais possuem um neocórtex, ou seja, uma parte do cérebro que contém uma região de processamento visual.

Ao utilizar este peixe, os investigadores queriam perceber se um animal com um cérebro mais simples poderia identificar rostos.

A equipa decidiu utilizar este peixe tropical como cobaia, uma vez que é uma espécie conhecida por depender da visão para detetar as suas presas e, de seguida, cuspir jatos de água para as derrubar.

Os cientistas treinaram então este animal para que soltasse o seu poderoso jato quando quisesse selecionar a imagem “correta” de um rosto humano na tela do computador.

“Leva algum tempo para treinar peixes mas é muito semelhante a treinar um cão. Para treinar um cão a sentar-se damos um biscoito. Da mesma forma, este peixe naturalmente cospe nas coisas e podemos reforçar este comportamento natural alimentando-o quando atinge a imagem que queremos”, explica a zoologista Cait Newport.

Os peixes não só foram capazes de acertar o rosto desejado várias vezes, como também identificaram a face mesmo que esta tivesse sofrido algumas alterações como, por exemplo, no formato da cabeça.

Os resultados mostraram uma precisão de 81%, número que cresceu ainda mais numa segunda experiência com imagens coloridas e mais brilhantes.

Além disso, os peixes conseguiram recordar os rostos, o que mostra que “têm uma memória impressionante para imagens detalhadas, que duram muito mais do que três segundos”, acrescentou o zoologista.

ZAP / Hypescience / Canal Tech

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