Um provavelmente saboroso prato de caril foi indigesto para o YouTuber que o cozinhou. O pavão indiano tem uma importância simbólica especial no país e está protegido por leis rigorosas relativas à vida selvagem.
Um aspirante a estrela das redes sociais indianas foi preso e detido após a indignação causada por um vídeo, no qual que cozinha e come a ave nacional protegida do país, um pavão.
Segundo a polícia indiana, Kodam Pranay Kumar foi detido esta segunda-feira e enviado para a prisão depois de “outros ficheiros no seu telemóvel terem confirmado” que a ave que tinha cozinhado para o seu vídeo do prato de caril era de facto um pavão.
Segundo o South China Morning Post, na Índia estas aves coloridas são protegidas por leis rigorosas relativas à vida selvagem.
“Ele está agora detido com 14 dias de prisão preventiva ao abrigo da Lei de Proteção da Vida Selvagem, e o tribunal decidirá se ele permanecerá na prisão ou se será libertado sob fiança”, disse Akhil Mahajan, superintendente da polícia no estado de Telangana, no sul do país.
Os investigadores estão também a tentar determinar como e onde é que Kumar conseguiu obter um pavão para o vídeo, que foi entretanto retirado do seu canal.
O vídeo mostrava o YouTuber a cozinhar caril de pavão, “um truque alegadamente utilizado para atrair mais visualizações“, relata o The Times of India. “No entanto, a reação foi muito diferente da que ele poderia ter previsto”, acrescentou.
Os utilizadores das redes sociais condenaram o vídeo, acusando Kumar de promover o consumo ilegal de animais selvagens e de desrespeitar um símbolo nacional, conta o jornal indiano.
O pavão indiano, identificado com a sua cor azul vibrante e uma envergadura de asa régia entre os machos, tem uma importância simbólica especial na Índia.
O trono da dinastia governante Mughal do país era chamado de Trono do Pavão, porque ostentava pavões com jóias, outrora presentes em grande número em partes das planícies do norte da Índia.
A rápida urbanização e a perda de habitat nas últimas décadas reduziram significativamente o seu número na natureza, com punições e multas rigorosas ao abrigo da legislação sobre a vida selvagem, que atualmente os protege da caça ou de danos.