A empresa focada em dietas chegou a ter quase 5 milhões de clientes. Estava em todo o lado; agora há influencers e ginásios.
Muitas pessoas que queriam perder peso de forma rápida e segura procuravam a WeightWatchers. Quando referimos “muitas”, eram mesmo muitas: no seu pico de popularidade, eram quase 5 milhões de clientes.
Esta pioneira estava “em todo o lado”, dominava a indústria das dietas. Os seus famosos workshops passaram por muitas cidades dos EUA, eram dados nas ruas principais, entravam em salões paroquiais.
Foi assim durante mais de 50 anos. Mas nos últimos tempos perdeu mais de um milhão de membros e entrou em falência.
Está complicado competir num mercado transformado por influenciadores de redes sociais (os famosos influencers) e por injecções para perda de peso, ou pelos Ozempics deste planeta.
Abriu falência mas não vai fechar portas. Em comunicado, a WeightWatchers assegura que abrir falência vai ajudar a resolver o seu maior problema: a sua dívida de cerca de 1,12 mil milhões de euros.
O seu programa de perda de peso (que inclui injecções) e os workshops vão continuar, mas agora com um “modelo holístico de cuidados” para apoiar a “pessoa como um todo”.
Agora auto-intitula-se oficialmente como uma “empresa de tecnologia centrada nas pessoas”.
A BBC avisa que este é um sinal de que a indústria das dietas está a ser derrotada no mercado. Pelo Ozempic, pelo Wegovy, pelos ginásios, por exemplo.
O Süddeutsche Zeitung vais mais longe. Lembra que Oprah Winfrey, que integrava o conselho de administração da WeightWatchers e tinha 10% das acções da empresa há quase uma década, deixou o cargo e vendeu as suas acções no ano passado.
Mas avisa que o mercado está mesmo difícil para empresas como esta: uma nova geração de mulheres descobriu que a beleza e a saúde não eram só uma questão de peso; os influencers mostram que as mulheres também podem ganhar músculo no ginásio.
A empresa, a perder milhares de membros ano após ano, tentou praticamente tudo para travar o seu declínio. Até com cruzeiros. Mas não deu.
Ainda não desistiu e, se conseguir a desejada reestruturação financeira, deve apostar nas injecções para perda de peso.
“Chega de contar calorias”, destaca o jornal alemão.