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Web Summit: um mar de gente e uma falha de Wi-fi

Miguel A. Lopes / Lusa

Abertura da Web Summit, em Lisboa

Abertura da Web Summit, em Lisboa

A internet está em alvoroço desde a manhã desta segunda-feira a propósito da Web Summit, o evento de inovação e empreendedorismo que domina as atenções da cidade até quinta-feira. O primeiro dia terminou com confetti, mas a festa não foi tão especial para quem teve que ficar à porta mesmo com o bilhete pago.

Diretamente de Dublin, a Web Summit fez um voo rasante em Lisboa e aterrou no Parque das Nações, zona onde decorre aquele que é maior evento de empreendedorismo da Europa, trazendo público de inúmeras nacionalidades, vindos das mais diversas áreas profissionais.

A fila para entrar no MEO Arena começou a formar-se pouco tempo depois da hora do almoço e pelas 17h chegava quase ao centro comercial Vasco da Gama. A excitação, semelhante à de um dos tantos concertos que já passaram por aquela sala de espetáculos, também se fazia sentir no interior.

Eram 18h30 quando o presidente executivo e fundador da Web Summit, Paddy Cosgrave, subiu ao palco.

O empresário tentou mostrar o streaming em direto do evento, mas o wi-fi falhou e a missão, que no final foi recuperada com sucesso, foi abortada.

Convidou António Costa a juntar-se. O primeiro ministro, falando em inglês, deu as boas vindas. “You are always welcome, bem vindos a Lisboa”. Costa anunciou também o lançamento de um programa do Estado de apoio ao investimento no valor de 200 milhões de euros.

Agilmente, Cosgrave guiou a conversa e anunciou a seguinte “New Realities”. Durão Barroso, recebido entre vaias e aplausos surgiu em palco acompanhado de figuras internacionais. O debate centrou-se no ceticismo cada vez maior em relação às economias e sociedades abertas e em como lidar com os desafios que estas nos colocam. A mensagem foi unânime, não há respostas fáceis a problemas complexos e a Europa deve manter-se fiel aos seus princípios.

Talvez o momento mais efusivo da noite tenha sido o que se seguiu, o anúncio de Joseph Gordon-Levitt. O ator e empreendedor norte-americano foi aplaudido tanto no interior como pelas três a quatro mil pessoas que gelavam do lado de fora, aborrecidas por não terem conseguido entrar. O ator falou da sua ligação desde jovem à tecnologia e do seu projeto hitRECord, que pretende criar uma comunidade online com um espírito colaborativo. Segundo o ator, para contrariar o espírito narcisista atual da internet.

https://twitter.com/WebSummit/status/795709295803453449

Também houve espaço para enaltecer o empreendedorismo português. Não só quando Cosgrave voltou ao palco acompanhado de Jaime Jorge, fundador da Codacy, vencedor do Pitch da Web Summit de 2014, e Miguel Amaro, fundador da Uniplaces, mas principalmente quando chamou ao palco todos os CEO’s de startups portuguesas que estavam no recinto.

Com este pano de fundo, Fernando Medina ofereceu a chave da cidade ao presidente executivo da Web Summit e, com a ajuda de António Costa, deram início à contagem decrescente que culminou na estrondosa abertura oficial da Web Summit.

Milhares de fora (depois do aperto no metro)

Classificação negativa para a entrada no recinto principal: às 18h45, a organização enviava um email aos participantes a avisar que o recinto, com capacidade para 15 mil pessoas, já estava lotado. Resultado? Milhares de pessoas (cerca de três mil, nas palavras de Cosgrave) a acompanhar o evento do lado de fora, numa noite gélida de novembro onde nem o calor humano ajudou. O cenário montou-se em frente a um ecrã gigante cujo eco de todo o envolvente apenas permitia perceber algumas palavras isoladamente.

“Quer dizer que tenho de ficar na rua, ao frio?”, perguntava um participante português, informado por membros da organização de que estava na fila errada – o bilhete que tinha somente lhe permitia a entrada por uma outra porta. Mas também essa já estava fechada.

Nas redes sociais, o descontentamento fez-se ouvir.

Esta manhã, além das queixas de quem ficou de fora do recinto, vários participantes têm inundado as redes sociais com fotografias e comentários a denunciar a sobrelotação das carrugens do Metro no segundo dia do evento da Web Summit.

No Twitter chovem críticas às perturbações no Metro, com várias fotografias partilhadas.

Ao Correio da Manhã, a Metro de Lisboa garante que o transporte está a funcionar normalmente.

Não há carruagens paradas, apenas mais congestionamento, havendo picos de afluência na hora de entrada e saída de conferências.

A Web Summit vai ser organizada em Lisboa durante pelo menos mais três anos, com possibilidade de prolongar essa estadia na capital portuguesa.

ZAP / Espalha-Factos

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