A frente de lava do vulcão da ilha do Fogo voltou na madrugada desta terça-feira a ganhar “grande velocidade” destruindo por completo a escola, um hotel e várias habitações de Portela, disse à agência Lusa fonte da proteção civil.
O vulcão da ilha cabo-verdiana do Fogo mantinha desde segunda-feira duas frentes de lava ativas em direção à localidade de Portela , que avançavam lentamente “a uma média de um metro por hora, uma para a zona da escola e outra para a zona de Monte Amarelo”, na encosta sul da localidade, adiantou a presidente da Comissão Técnica e Científica do Observatório Vulcanológico de Cabo Verde (OVCV), Sónia Silva Vitória.
No entanto, “a partir das 3h locais (4h em Lisboa), a lava voltou a ganhar bastante velocidade e já destruiu completamente a escola que tinha rés-do-chão e primeiro andar, levantou o edifício do chão e cortou-o ao meio”, descreveu à Lusa Nuno Oliveira, coordenador das operações da proteção civil cabo-verdiana.
Nuno Oliveira, que se encontra em Portela, a principal localidade de Chã das Caldeiras, sublinhou que estão ativas duas frentes de lava.
“Uma já cortou a estrada e mantém-se ativa, mas mais calma do que a outra, que destruiu a escola e limpou toda a linha de casas que ficava junto à estrada. O hotel Pedra Brava também já foi e neste momento a lava está na estrada havendo o risco de a qualquer momento galgar para o outro lado”, adiantou.
No decorrer da madrugada houve momentos em que a lava andou muito rápido, disse Nuno Oliveira, que não conseguiu quantificar o número de residências destruídas.
O coordenador das operações explicou ainda que o contingente de segurança, constituído por polícia nacional, militares e Cruz Vermelha, vai permanecer na zona até novas ordens, estando, porém, pronto para evacuar a área, a pé, pelo lado de Mosteiros (norte).
Sónia Vitória, do OVCV, explicou à Lusa que “o fluxo de lava está sempre a ser alimentado e vai passando pelos túneis deixados pela lava anterior, ganhando muita velocidade. A frente que levou a escola é muito comprida e larga e há o risco de nos próximos dias descer toda a ribeira”, adiantou.
A geóloga explicou que “a situação é sempre imprevisível mas, se em 10 dias avançou uma enorme área de terreno é possível, se continuar este nível de atividade, que nos próximos 10 dias duplique a área devorada pela lava“.
O vulcão entrou em erupção a 23 de novembro e até ao momento não provocou vítimas.
/Lusa