Votos nulos dos emigrantes: “Há portugueses que não sabem ler um cartaz”

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Voto votar eleic

Secções de voto nas eleições legislativas 2024

Prevê-se uma “tragédia” no número de votos que seguem para o lixo. É uma questão de iliteracia funcional, que se verifica também nos emigrantes.

Os votos dos emigrantes, desta vez decisivos nos resultados finais das eleições legislativas, começaram a ser contados nesta segunda-feira.

O Chega parece ir na frente da corrida no círculo eleitoral da Europa e pode eleger 2 deputados no total, deixando apenas um para a AD e um para o PS – e, assim, deve confirmar-se a vitória da AD.

Mas, mais do que estas previsões, o primeiro dia no Centro de Congressos de Lisboa ficou marcado pela quantidade de votos nulos.

Houve mesas que enviaram metade dos envelopes para o lixo porque estes não cumpriam uma alínea obrigatória: faltava a cópia do Cartão do Cidadão.

A RTP avança que entre 30% e 50% dos votos dos emigrantes serão considerados nulos.

Os votos nulos, e o motivo por detrás destes votos nulos, não surpreendem. Aliás, nas legislativas anteriores (2022) os emigrantes em países europeus votaram duas vezes porque o Tribunal Constitucional obrigou a nova votação, após protestos de quatro partidos à volta deste assunto. Mais de 157 mil votos foram anulados.

O caso não surpreende mas uma taxa tão alta de votos nulos é uma “tragédia”, descreveu Paulo Ferreira na rádio Observador. Na prática estima-se que mais de 150 mil votos sigam para o lixo.

Mas porquê? O processo é assim tão difícil?

A parte da cópia do Cartão de Cidadão “é simples”: coloca-se a cópia num envelope diferente do envelope que tem o boletim de voto – para não se saber em quem a pessoa votou.

“Nós podemos achar que isto está muito bem explicado, que o folheto explica tudo. Mas acho que tem de haver aqui um bocadinho de humildade: se 40% dos votos são nulos, se 160 mil pessoas fazem errado, então provavelmente o problema é de quem está a explicar”, sugeriu o comentador.

“O que, para nós, pode ser muito fácil e muito intuitivo, para outras pessoas pode ser complicado“, avisou.

Paulo Ferreira reforçou que Portugal é um país com elevados níveis de “iliteracia funcional” a vários níveis: iliteracia política e iliteracia financeira.

Muitas vezes os portugueses têm dificuldades em “perceber o que diz um cartaz, o que diz um anúncio no serviço público…”.

Paulo acha que o desenho do processo deveria ser melhorado – lembrando também a confusão entre AD e ADN no dia 10 de Março.

Nunca se corrige nada. O Homem foi à Lua há 55 anos e nós não conseguimos ter um bom método para os emigrantes votarem de forma segura, anónima e célere. O nosso sistema eleitoral está arcaico, temos uma Comissão Nacional de Eleições que complica mais do que simplifica…”, lamentou.

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12 Comments

  1. O problema não está na falta de literacia dos emigrantes, mas na falta de atenção e cuidado que Portugal tem com os emigrantes. Os emigrantes são discriminados em muitos aspectos incluindo no voto. É ridiculo que um cidadão residente em Portugal possa votar em mobilidade e um emigrante não possa, mesmo que esteja de férias ou em trabalho em Portugal na data das eleições. Seria assim tão complicado retirar esse voto e dá-lo como completo tal como fazem com os restantes. Porque motivo os emigrantes só podem votar por correspondência e não podem faze-lo presencialmente numa Assembleia de voto no consulado de residência (não por obrigação mas como alternativa). Custa a crer para quem vive em Portugal mas países como Angola não tem serviço de correios. Em 14 anos nunca recebi um voto em casa. Fica sempre perdido ou deixado na Estação de correios central onde qualquer um pode usar o meu voto. É uma autentica vergonha o sistema de voto dos emigrantes, cuja explicação é lógica. Os partidos entendem que quem saiu do país não está contente com as suas politicas e faz tudo para dificultar o voto dos emigrantes. Agora falam como o voto é decisivo para as eleições, mas na campanha nenhum partido teve a amabilidade de dirigir uma única proposta para os emigrantes.

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  2. A ver pelos alunos do secundário, que não sabem, não querem e não precisam de ler.
    Existem símbolos, ícones e gráficos para tudo quem precisa de ler.
    O mesmo está acontecer com a escrita nem sequer sabem agarrar numa caneta.
    É a evolução dos tempos, cada vez mais a regredir…

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  3. Entao os imigrantes sao iliterados…, este triste ainda nao se apercebeu que 30% dos jovens LITERADOS Portugueses optam pela Emigracao!!!!!, se soubesses a realidade sobre o que escreves, saberias que muitos Emigrantes Portugueses se recusam a por o seu bilhete de identidade, no interior de uma carta,, quando ninguem lhes da garantias sobre o destino desse mesmo Bilhete de Identidade!!!!!!, varios casos destes ja eu presenciei na Holanda.

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  4. É uma aberração estar em Portugal no fim-de-semana de eleições, munido do cartão de cidadão, embora não residente em Portugal e ser recusado o voto presencial.

  5. Imigrantes Portugueses so servem para enviar suas economias para o Pais investindo em betao e pedra e assim dar muitos milhoes a um estado ladrao e corrupto politicardos tugas sao experts em chulice vivem para se alimentar do alheio em 50 anos Portugal regrediu como Nacao

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  6. Não cabe na cabeça de ninguém, enviar cópia de dados pessoais sensíveis de os usarem para o mal, caso caem em mãos erradas.
    Porque os emigrantes não votam por meios electrónico.

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  7. Joao, a mim o que não cabe na cabeça é o voto eletrónico. Desde quando é que é mais provável os dados sensíveis das pessoas (e sempre ALGUMAS), enviados individualmente, em papelotes, “caírem nas mãos das pessoas erradas”, do que os dados sensíveis de TODAS as pessoas, agradavelmente agrupadinhos num sistema informático, “caírem nas mãos das pessoas erradas”?

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  8. Sendo o voto anónimo não se percebe o porque da cópia do CC. Ainda que seja em envelope distinto o certo é que segue todo junto e quando se abre alguem vai verificar o CC – nome da pessoa e compara com alguma lista e depois noutro envelope tem o voto associado aquele CC logo como é anónimo?
    Enfim…
    se a chave digital já serve para quase tudo porque não fazer o voto eletrónico…de certa forma com o voto eletrónico até se cativava os mais jovens a votar…

  9. Tanto disparate… se não sabem interpretar instruções básicas, não devem votar!
    Aliás, quem não vive em Portugal, não devia votar nas eleições de Portugal!!

    O voto online não é seguro e é muito mais caro/complexo – por isso é que só há um país no mundo que o usa: a Estónia e, não faltam criticas ao sistema!…

  10. O seu dinheiro vai para betão, pedra ou é roubado?
    Mas isso é caso de poliícia!
    Já pensou em queixar-se ao Ministério Público?
    E eu que pensava que o dinheiro que os emigrantes enviam para contas bancárias suas cá no país dos tugas lá permanecia à espera que um dia o levantassem! ´
    Tenho andado enganado…

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