Está encontrada a bronca eleitoral: AD(N)

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ZAP // AD, ADN

O Alternativa Democrática Nacional (ADN) é, até ao momento, a grande surpresa desta noite eleitoral. O partido encabeçado por Bruno Fialho já quase decuplicou o resultado da eleição de 2022. A confusão dos eleitores entre “ADN” e “AD” (Aliança Democrática) pode estar na base deste resultado “anormal”.

Nesta noite eleitoral, há um partido que está a crescer de uma forma “anormal”, mas não inesperada.

Às 23h40, o ADN já somava quase 100.000 votos – praticamente, dez vezes mais do que na última eleição (10.911).

O resultado da atual eleição pode ter sido influenciado pela confusão entre o ADN e a AD, que terá levado muitos portugueses a votar no “partido errado” e pedir a repetição do ato eleitoral.

De resto, nada fazia prever que o ADN crescesse tanto. Às 20h, o partido já somava 12.905 votos; quando em 2022, à mesma hora, ainda só tinham sido contabilizados 361 votos.

A Alternativa Democrática Nacional (ADN) — anteriormente conhecido por Partido Democrático Republicano (PDR), que foi fundado em 2014 pelo antigo bastonário dos Advogados, António Marinho e Pinto.

O melhor resultado do partido, em legislativas, foi na primeira eleição em que participou, em 2015 (ainda enquanto PDR), quando conseguiu uma percentagem de 1,14%, correspondente a 61.632 votos – o que levou o partido a ser a sétima força política portuguesa.

Nas legislativas seguintes, em 2019, o PDR desceu para a 16.ª força política, tendo obtido 11.761 votos (0,22%).

Em 2022, já com Bruno Fialho na liderança e com nome renovado, o ADN não foi além dos 10.911 votos (0,20%).

Nesta noite histórica de 10 de março de 2024, o ADN está a ter um crescimento fora do comum (73.455 votos às 22h00), aparecendo com a oitava força política nacional, à frente do PAN.

Contudo, por não estarem ainda apurados todos os votos dos centros urbanos que elegem mais deputados – e onde o ADN tem mais possibilidade de eleger – é incerto saber se o partido conseguirá ter ou não algum deputado na Assembleia.

Se, por um lado, o ADN vê milhares de votos a ir para o “lixo” (como em Bragança, Vila Real e Viseu, onde o partido ficou em quarto lugar); por outro, pode ter tirado milhares de votos “sem querer” à AD.

AD ≠ ADN

Num comunicado dirigido à Comissão Nacional de Eleições (CNE), a direção de campanha nacional da AD alertou que recebeu “inúmeros relatos” de pedidos de repetição do voto.

O diretor de campanha nacional da AD, Pedro Esteves, adiantou à Lusa que se registam “muitos relatos em muitas secções de pessoas que se confundem entre dois partidos, neste caso é o ADN e a AD, e pedem para corrigir votos”.

Na sequência, o ADN apresentou queixa à CNE contra a AD, pela “publicidade” que está a ser feita ao voto à AD, através dos meios de comunicação “com a desculpa” de enganos entre ADN e AD.

A campanha eleitoral serviu para clarificar essas situações, pelo que, usar este subterfúgio ridículo apenas para tentar cativar eleitores a irem votar na AD e denegrir o ADN é inaceitável”, afirmou o partido ADN, Bruno Fialho, em comunicado, acusando a AD de interferência eleitoral.

Questionado sobre queixas e pedidos de repetição do voto, o porta-voz da CNE afirmou que “são muito pontuais”, indicando que as situações de que tem conhecimento chegaram, “essencialmente, por reporte de órgão de comunicação social, sem uma aferição”.

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1 Comment

  1. É impossível provar que quem votou na ADN o fez por engano – mas é praticamente certo que na maioria dos casos foi isso que aconteceu. Mas o PSD é que deveria ter acautelado isso logo de início, não ressuscitando a antiga sigla AD – deveria ter-lhe chamado outra coisa qualquer que dispensasse ter de carregar com o PPM.

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