Voto na AD “silencia as mulheres”. PAN fecha a porta a Montenegro

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ZAP // António Cotrim / Lusa

Debate quente entre Inês Sousa Real e Luís Montenegro, criticado por aceitar na coligação “alguém que ache legítimo bater numa mulher”. “Há aqui uma agenda da qual o PAN não faz parte”, atirou a líder do PAN.

As acusações do PAN à AD de desvalorizar os direitos das mulheres aqueceram o debate entre os dois líderes este domingo, com Inês Sousa Real a criticar Luís Montenegro por aceitar na coligação “alguém que ache legítimo bater numa mulher”.

“Não podemos aceitar que a AD traga para o século XXI valores do século passado, alguém que ache legítimo bater numa mulher, o PAN só pode distanciar-se de um sinal muito negativo”, afirmou a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, numa alusão implícita a declarações proferidas publicamente pelo líder do PPM, Gonçalo da Câmara Pereira, que integra, juntamente com PSD e CDS-PP, a Aliança Democrática (AD).

Na resposta, o presidente do PSD distanciou-se destas declarações do parceiro da coligação, que disse não conhecer antes de terem sido reproduzidas na comunicação social.

“Não me revejo, lamento que essas declarações tenham sido proferidas e estou convencido que o próprio está arrependido”, disse, considerando “abusivo transportar para a AD” qualquer complacência sobre este tema.

Inês Sousa Real insistiu que o voto na AD seria um voto para “silenciar as mulheres”, queixando-se de estar a ser interrompida no debate pelo líder do PSD, com Montenegro a apelar para não utilizar a sua condição feminina para se vitimizar.

O líder do PSD acusou a porta-voz e deputada única do PAN de estar descontextualizada, assegurando que não existe no programa da AD qualquer “desvalorização da condição da mulher”.

Propostas da AD garantem igualdade, diz Montenegro

“Tenho defendido um especial enfoque na reformulação das urgências e, dentro destas, nas urgências de obstetrícia precisamente a pensar na saúde materna, área na qual resultados da governação do PS, ao qual a Inês Sousa Real se associou, são trágicos”, criticou.

Luís Montenegro reforçou ainda que há uma desigualdade entre mulheres e homens, lembrando dados que indicam um prejuízo da igualdade entre os dois sexos — para si, as propostas da AD que garantem essa igualdade.

“Temos de ser implacáveis e seremos implacáveis”, afirma, referindo-se às 17 vítimas mortais de violência doméstica do ano passado.

A “ladainha” de Inês e as “chacinas” apoiadas pela AD

Mas Inês de Sousa Real insistiu em abordar as ameaças aos direitos das mulheres, dizendo que a AD tem partidos que são contra o aborto.

A porta-voz do PAN diz que há mulheres a viajar quilómetros para poderem ter filhos, dizendo-se “preocupada” com os parceiros que Luís Montenegro escolheu. Uma preocupação que também se estender à tauromaquia, que CDS e PPM defendem.

“Há aqui uma agenda da qual o PAN não faz parte”, garantiu.

Luís Montenegro respondeu, caracterizando uma descontextualização — Inês de Sousa Real “está a falar de coisas que não existem”, disse, reforçando que o seu plano de emergência para a saúde foca-se especialmente na reformulação das urgências, nomeadamente nas especialidades de Pediatria e Obstetrícia.

“Não posso aceitar que diga uma coisa dessas”, reforçou.

Em relação à proteção animal, Luís Montenegro falou em “usurpação de legado” após a porta-voz do PAN abordar a legislação de António Maria Pereira. O presidente do PSD acusa o PAN de querer “enxertar” a medida.

O PAN adianta ainda que há partidos da AD que são a favor das corridas de touros e lembra “chacinas” como a que aconteceu na Torre Bela, onde uma caçada resultou na morte de centenas de animais.

Para Montenegro, Inês de Sousa Real tem uma “ladainha” que não corresponde à verdade. “Temos muito trabalho do ponto de vista da garantia de preservação da biodiversidade”, defendeu.

Concluindo, para Sousa Real, votar PS ou PSD é a mesma coisa. Já votar AD é uma “aproximação a uma agenda extremista de forças anti-democráticas”.

Em resposta, Montenegro defende que o PAN se assume como parceiro do PS, o que implica ter de assumir todo o legado da governação.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Este PAN é um paradoxo: são contra as touradas, mas são a favor do aborto? A única exceção seria sempre as deficiências, violações e afins… como, aliás, existia na lei anterior.
    Isto significa que matar um ser humano saudável no útero materno é aceitável pelo PAN, mas se for um touro bravo ou um animal selvagem, na caça, dentro da lei, é um horror…
    Enfim…

  2. Inês Sousa Real exagerou um pouco, não no conteúdo mas na redundância. Não obstante “chegou” e sobrou para Montenegro e o que lhe apontou corresponde à verdade.
    Tal como ela, pouca gente percebe a vantagem para o PSD, da coligação com CDS e PPM, sendo que a introdução deste último nem o diabo entende, quer pela sua natureza política de partido Monarquico misturado numa candidatura a um governo da República, quer de sobremaneira pelo seu representante, que parece saído das cavernas.

  3. O programa de governo desta solitária do Parlamento, são duas coisitas que nada trazem ao sofrimento dos portugueses. Se estivessenos dependentes deste partidozeco, bem poderiamos fugir. Era o fim do país. Por isso é que o fim do partido deve estar perto.

  4. A Inês Sousa Real tem dado um dos maiores contributos aos debates. Ganhou na grande maioria. E mostrou aquilo que o PAN vale. Para aqueles que acham q votar Chega é um voto de protesto têm antes, no PAN ou no Livre, 2 possibilidades de protesto bem mais positivas para o país e para os portugueses.

  5. “voto na AD seria um voto para “silenciar as mulheres”, ”
    Esta Humana ultrapassou todos os limites da decência, afinal acusam AV de tudo e mais alguma coisa, no final o poleiro é o foco, principalmente destes pequenos cuja sobrevivência depende em exclusivo da actividade parlamentar

    Enfim salve-se quem puder, porque ganhe quem ganhar estaremos sempre tramados, a culpa vai ser sempre do Passos, da Covid, das guerras, e mais virá. mas nunca em momento algum da governação escandalosa do PS

  6. O pan é um partido misandrico e feminazi, todos sabemos..
    Contra cães e gatos não, mas contra o homem vale tudo!
    Nem sei como há homens nesse partido, tem de se ser muito masoquista!

  7. A televisão do Mário Ferreira (TVI/CNN), e da tina, os avençados do PS deram todos a vitória à Inês. Enfim estamos completamente entregues à bicharada. Como é que a SIC tem uma comentadora como a Ana Gomes (das piscinas), que destila odio por todos os poros. Exceto para o estadista do Pedro Nuno Santos. Vá-se lá saber, Ricardo.

  8. Com o PAN acabávamos todos a comer plástico e papel reciclado… Tudo na miséria. E era a extinção geral… Ah, viva o aborto legal e fim das touradas ou da caça ou pesca que são uma barbárie!

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