//

Voto antecipado cria filas intermináveis em Lisboa e no Porto

A dez minutos do fecho das urnas, ainda havia muita gente a querer votar antecipadamente nas eleições europeias. As filas de espera eram longas no Porto e Lisboa. Houve quem desistisse de votar.

Em Lisboa, as filas prolongavam-se pela Praça do Município. No Porto, começavam na entrada das traseiras da Câmara e arrastam-se pelas galerias, até à entrada principal, onde estão as mesas de voto.

Isabel Oneto, secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, assegurou que todas as pessoas que estejam na fila até às 19h poderiam exercer o voto antecipado. As filas começaram ao final da manhã e aumentaram à medida que horas passavam.

No Porto, há relatos de pessoas que já tinham ido até à Câmara depois do almoço e decidiram regressar mais tarde – só para encontrar filas muito maiores, contou Miguel Pinheiro, que está à espera há quase uma hora e meia, ao Jornal de Notícias. Em Aveiro, há gente a desistir de votar.

A lei indica que cada mesa de voto deve ter até 1.500 eleitores. No caso das Europeias, cada mesa tinha 750 eleitores atribuídos. O Porto tem quatro mesas de voto para cerca de 3.500 inscritos e Lisboa, com perto de oito mil inscritos, tem dez mesas de voto.

As demoras poderão dever-se ao procedimento seguido no voto antecipado. É que o boletim de voto é inserido num envelope branco e anónimo, que por sua vez é inserido num envelope azul que tem de ser preenchido, à mão, com o nome, o número de identificação e a secção de voto de cada eleitor. Só assim será possível saber que boletim é enviado para que secção de voto, onde será aberto e contado no próximo domingo.

Mas o grande problema teve a ver com a elevada adesão às urnas, que ninguém esperava. Foram quase sete vezes mais eleitores a votar do que no último escrutínio. O CDS, contudo, não se convence com esta explicação e vai questionar formalmente o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, sobre os atrasos no voto antecipado, já que os eleitores pré-inscreveram-se.

“Iremos dar entrada de uma pergunta ao senhor ministro da Administração Interna, na segunda-feira, porque consideramos que estas filas de centenas de pessoas, algumas delas com tempo superior a uma hora, outras até que, por força disso e por compromissos, nomeadamente, aéreos, deixaram de votar, fizeram de uma ideia que é boa, uma medida trapalhona, para dizer o mínimo”, disse Nuno Magalhães, líder parlamentar do CDS-PP, citado pela Lusa.

Ao final da tarde deste domingo, Isabel Oneto reconheceu que o número de mesas de voto foi insuficiente, mas congratulou-se com o grande número de pessoas que decidiram “exercer o seu dever cívico e participar na nossa vida política, para reforçar a presença de Portugal na Europa”, apesar do “sacrifício” de esperar mais de uma hora na fila. Isabel Oneto admitiu que serão necessários ajustes ao novo sistema de voto antecipado.

Para quem quisesse votar antes de dia 26 de maio nas eleições europeias, pela primeira vez, bastava pedi-lo, entre 12 e 16 de maio, não sendo necessário dizer qual o motivo. “As pessoas que se inscreveram para votar antecipadamente queriam mesmo exercer o seu direito e não o podiam fazer no próximo domingo. Isto é um passo para diminuir a abstenção”, afirmou aos jornalistas a secretária de Estado da Administração Interna.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.