O Parlamento britânico admite que um site que permitia aos cidadãos do Reino Unido registarem-se para poderem votar no referendo que decretou a saída do país da União Europeia, pode ter sido alvo de um ataque de hackers de nações estrangeiras, com vista a influenciar o sentido de voto.
Este dado consta do relatório de uma Comissão do Parlamento do Reino Unido que foi divulgado nesta quarta-feira pela agência Reuters.
O site em causa ficou indisponível pouco antes de terminar o prazo para que os britânicos pudessem inscrever-se para votar no referendo que terminou com a vitória do Brexit.
Depois disso, o governo decidiu prolongar a data final para essa inscrição, atribuindo a falha do site ao excesso de acessos.
Mas agora, o Comité de Administração Pública e Assuntos Constitucionais (PACAC na sigla original em inglês) do Parlamento britânico assume que o site pode, afinal, ter sido alvo de um ataque de hackers do tipo DOS (Denial of Service).
“O PACAC está profundamente preocupado com estas alegações quanto à interferência estrangeira”, aponta-se no relatório que faz referências à China e à Rússia, embora sem atribuir a estes países responsabilidades directas pelo ataque, conforme cita a Reuters.
Rússia e China e a psicologia de massas
“O entendimento dos EUA e do Reino Unido do “ciber” é predominantemente técnico e baseado em redes de computador. Por exemplo, a Rússia e a China usam uma abordagem cognitiva baseada no entendimento da psicologia de massas e de como explorar indivíduos”, escrevem os deputados.
“As implicações deste diferente entendimento do ciber-ataque, como puramente técnico ou como indo além do digital para influenciar a opinião pública, para interferência em eleições e referendos, são claras”, concluem os parlamentares britânicos.
A Rússia já foi acusada de ter influenciado as eleições para a presidência dos EUA, em 2016. Neste ano, surgiram também notícias sobre a eventual tentativa de influência do país da Europa de Leste nas eleições para a presidência de França.
O jornal The Guardian avança também, que o Reino Unido tem sido alvo de ataques de hackers “patrocinados pelo Estado russo” para “roubar segredos de defesa e de política internacional”, citando alegações de um elemento do GCHQ, serviço de inteligência britânica.
De acordo com o mesmo jornal, o Centro de Cibersegurança Nacional do Reino Unido bloqueou “34,550 ataques potenciais” a departamentos e a membros do governo, no decurso de apenas seis meses, o que dá “cerca de 200 casos por dia”.
Agora culpem os hackers para esconder a vergonha que é a ue e que todos querem sair dela!
Continuem a tomar decisões importantes com o uso de tecnologia, depois queixem-se. Qualquer hacker de jeito, faz o que quer. Papel e caneta volta estás perdoado.