A Autoridade Nacional da Aviação Civil decidiu suspender os voos no aeroporto do Porto na noite de S. João, em virtude do “perigo” face ao “aumento exponencial” dos tradicionais balões de ar quente.
A decisão de suspender voos no Aeroporto do Porto na noite de São João foi tomada devido ao “aumento exponencial” de largada de balões, havendo “mais aeronaves sujeitas ao perigo” do eventual impacto.
Em reunião na passada segunda-feira, a ANAC defendeu que “a eventualidade do impacto de um balão e possível absorção pelos motores de uma aeronave, poderá ser de elevado risco para a segurança das mesmas”.
Assim, “importa enfrentar a realidade associada à tradição da largada dos balões, analisar a possibilidade de controlar esta actividade e, caso tal não seja possível, adoptar medidas que garantam a segurança das aeronaves”, acrescenta a ANAC.
Um dos representantes da ANAC presentes na reunião “partilhou a sua experiência enquanto Comandante de um Airbus A320 na Air Macau, que sofreu uma falha parcial de motor causada pela absorção de uma lanterna chinesa, idêntica às que habitualmente são largadas nas festividades de S. João”.
A resposta imediata “ao perigo” foi a suspensão da partida e aterragem de aviões entre as 21:45 do dia 23 e a 01:00 do dia 24 de junho.
Em julho, o ANAC voltará a reunir-se para identificar “outras medidas destinadas a garantir, no futuro, a operação segura das aeronaves sem recurso ao encerramento do espaço aéreo”.
De acordo com a acta da reunião, a que a Lusa teve acesso, a NAV Portugal – que controla o tráfego aéreo – também defendeu esta solução, argumentando que “hoje em dia a largada de balões constitui um perigo muito maior para a aviação do que há alguns anos“.
“Há 15 anos a quantidade de balões era muito inferior porque eram artesanais e, em termos de tradição, apenas era largado um balão por família”, acrescentando a acta que “na altura havia poucos movimentos de aeronaves e o impacto era nulo”.
“Hoje em dia há um fenómeno global, em que cada pessoa larga vários balões, devido ao seu preço irrisório, menos de um euro, tendo ocasionado um aumento exponencial. São lançados milhares de balões, que afetam todo o espaço aéreo na área do terminal do Porto”, explica a NAV Portugal.
“Por outro lado, o número de movimentos é intenso, com 37 movimentos entre as 21:00 e as 24:00, pelo que havendo mais aeronaves sujeitas ao perigo, o risco de ocorrência de um incidente é maior”, defende a entidade de controlo de tráfego aéreo.
Câmaras defendem proibição da venda de balões
As câmaras de Gondomar e Vila Nova de Gaia Gaia defendem a proibição da venda dos tradicionais balões de ar quente lançados no São João.
Na reunião da passada segunda-feira com responsáveis da ANAC e da NAV Portugal, a Câmara de Gaia disse ser “o município regista o maior número de ocorrências relacionadas com incêndios na noite de S. João porque, devido ao vento predominante de Norte, a generalidade das lanternas lançadas nos concelhos vizinhos acaba por cair em Gaia”.
Os habitantes de Gaia “têm vivido um drama que se repete ano após ano, com incêndios em habitações, em viaturas e até já tiveram de evacuar um lar de idosos devido a um incêndio nas proximidades”, disse a representante da autarquia local na reunião, que defendeu “a adopção de uma medida destinada à proibição da venda dos balões“.
Também o representante da Câmara Municipal de Gondomar corroborou “a importância de se actuar sobre a interdição da comercialização dos balões”, apontando como solução alternativa “a antecipação do período crítico de incêndios que habitualmente tem início a 01 de julho.
// Lusa
Apesar de todos os perigos que tudo isto pode originar logo a começar pelos fogos os portugueses teimam em se comportar como primitivos!
Deves ser bem português!…