Pagar para ser voluntário, eventos gratuitos e 12 mil euros por um quarto: outro lado da JMJ

Ciro Fusco/EPA

Papa Francisco

Longe das polémicas do altar-palco, há muito mais para ser analisado na semana mais agitada sempre em Portugal.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) começou em 1986 e, resumindo, é um encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa.

É também uma peregrinação, uma festa da juventude, uma expressão da Igreja universal e um momento forte de evangelização do mundo juvenil.

Tem uma identidade claramente católica mas é aberta a todos, quer estejam mais próximos ou mais distantes da Igreja.

Assim se apresenta o evento, no seu portal oficial.

O mesmo que explica que a maioria dos jovens participantes fica em instalações públicas (ginásios, escolas, pavilhões…) e paroquiais ou em casas de famílias. Haverá momentos de oração, partilha e lazer e em várias iniciativas organizadas pela equipa da JMJ, em diferentes locais de Lisboa.

Os eventos centrais são os pontos altos. São as celebrações que contarão com a presença do Papa Francisco – cerimónia de acolhimento e abertura, via-sacra, vigília e missa de envio, a fechar o evento.

Antes do início do evento, marcado para o dia 1 de Agosto, haverá os “dias nas dioceses” – a integração dos jovens vindos de todo o mundo nas comunidades paroquiais, nas várias dioceses do país e, nalguns casos, nas dioceses de países vizinhos. Decorre desde a quarta-feira anterior até ao dia 31 de Julho, segunda-feira.

O programa abre com deslocação e recepção de peregrinos, seguindo-se a missa de abertura no dia 1. Entre os dias 2 e 4 haverá o Festival da Juventude, a Cidade da Alegria (Parque do Perdão e Feira Vocacional), Rise Up (catequese);  acolhimento e Via Sacra marcados para os dias 3 e 4, respectivamente.

Já no fim-de-semana, no dia 5 haverá peregrinação até ao local da Vigília e depois a própria Vigília; no domingo, dia 6, o evento fecha com a missa de envio e o encontro do Papa com os voluntários.

Ao contrário do que se tem “espalhado” nas últimas semanas, não é obrigatório pagar para estar na JMJ. A participação é gratuita nos eventos centrais já mencionados (embora esses participantes gratuitos sejam convidados a pagar voluntariamente, por razões logísticas e de segurança, e para ajudar a cobrir os custos da organização).

Depois, há pacotes para os peregrinos. 13 pacotes, mais concretamente. A modalidade A abrange todos os dias da JMJ, entre 1 e 6 de Agosto; a modalidade B só inclui o fim-de-semana de 4 até 6 de Agosto; a modalidade C inclui apenas a Vigília e a missa de envio, nos dois dias finais. Há submodalidades em cada um destes três grupos.

E ainda há os voluntários, como em qualquer outro grande evento. Mas, neste caso, paga-se para ser voluntário. O valor mínimo é 30 euros, o valor máximo é 145 euros. Neste valor máximo, o voluntário tem direito a alojamento, alimentação, transporte, seguro e kit de voluntário; no mínimo (30 euros), não tem alojamento nem transporte assegurados.

Um grande evento é um grande negócio para muita gente. Por isso, não se admite se vir anúncios como este: 12.500 euros…por um quarto. Perto do Parque das Nações.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

 

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