Mesmo depois da pressão de Bruxelas, a Volkswagen insiste na recusa em compensar os 8,5 milhões de clientes europeus afetados pela fraude das emissões nos motores a gasóleo.
A gigante automóvel alemã refere que “na Europa estamos focados nos processos de reparação”, num comunicado emitido esta quinta-feira depois do encontro desta quinta-feira, em Bruxelas, entre o líder da fabricante automóvel, Matthias Muller, e a comissária europeia da Indústria, Elzbieta Bienkowska.
A comissária tinha pedido na semana passada por carta ao grupo automóvel que reconsiderasse a decisão de não compensar os clientes, e insistiu novamente no encontro desta quinta-feira.
No entanto, a marca sustenta que “a questão da compensação vai além das diferenças entre EUA e a União Europeia e desempenha um papel fundamental em ver a Volkswagen como uma marca responsável e confiável”, diz a missiva.
Nos EUA, os consumidores lesados têm direito a valores de mil dólares em compras nos concessionários da marca e em serviços de reparações.
A Volkswagen insiste que “não é automaticamente comparável a comparação com os EUA e o Canadá a situação no resto do mundo” e alega que as reparações no continente norte-americano vão demorar muito mais tempo do que na Europa, cuja solução aguarda pela autorização do regulador automóvel alemão, o KBA.
Muller comprometeu-se a partilhar “sem demora” todas as informações técnicas solicitadas por Bruxelas.
Oficialmente, são 11 milhões de carros afetados por este caso, mas, no início de outubro, o líder da Volkswagen chegou a dizer que eram 9,5 milhões os automóveis detetados com um dispositivo para enganar as emissões.
No âmbito deste caso, a Comissão Europeia deverá discutir na próxima semana medidas para assumir mais responsabilidades ao nível da homologação de automóveis.