A viúva do trabalhador atropelado mortalmente pela viatura onde seguia o ministro da Administração Interna foi chamada pela GNR para prestar depoimento.
Segundo apurou o jornal online Observador, junto de fonte ligada ao caso, dois meses depois do acidente com o carro onde seguia o ministro Eduardo Cabrita, a GNR chamou a viúva do trabalhador atropelado mortalmente.
Apesar de não ter testemunhado o acidente, a GNR quis na mesma ouvir a mulher nesta fase, para tentar obter informações sobre a personalidade e comportamentos do marido e assim perceber se podia ter havido algum descuido da sua parte.
Mas, de acordo com o mesmo jornal digital, a viúva afirmou que era um homem muito cuidadoso e que, como chefe de equipa, tinha a preocupação de alertar os colegas para os carros que iam passando na autoestrada.
Por sua vez, o BMW envolvido no acidente continua, por ordem do tribunal, na posse da GNR, nomeadamente nas suas instalações em Queluz. Questionado pelo Observador, o Comando Nacional desta força de segurança não revelou se já foram feitas as perícias necessárias ao carro.
Também a marca BMW preferiu manter-se em silêncio, não avançando se já foi contactada pela investigação, recordando que o caso está em segredo de justiça.
O INEM, por sua vez, também ainda não tem conclusões no âmbito do inquérito aberto para apurar se o socorro foi bem prestado aos trabalhadores envolvidos no acidente.
Esta quarta-feira, em declarações ao Correio da Manhã, José Joaquim Barros, advogado da família, afirmou que “nada andou” e que a viúva e as duas filhas ainda não recebem a pensão de sobrevivência da Segurança Social, cujo processo o ministro da Administração Interna prometeu agilizar.
Para já, as familiares, que dependiam unicamente do rendimento do falecido, sustentam-se com a pensão provisória dada pela seguradora, que o advogado diz não ser suficiente.
“Não se pode falar de um valor decente. São 180 euros por cada filha e um pouco mais [cerca de 400 euros] pela viúva. Mas este é o único processo que andou“, reafirmou.
Sobre o facto de a viúva ter sido chamada pela GNR para prestar depoimento, José Joaquim Barros estranhou porque “não foi testemunha do acidente” mas sim “uma lesada” e “uma vítima”.
“Foi ouvida sobre a vida pessoal do Nuno Santos, nada de relevante. Ele era um homem e um trabalhador muito cuidadoso. E foi isso que a viúva fez valer junto da GNR”, confirmou.
Com o Cabritão, as coisas atrasam sempre.
Porque é que a viúva, que NÃO ESTEVE ENVOLVIDA NESTE CRIME, teve que depôr???!!