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Viúva do Nobel chinês Liu Xiaobo disposta a morrer em protesto

Liu Xia está disposta a morrer em casa, em protesto, caso as autoridades chinesas a mantenham sob prisão domiciliária.

Numa mensagem transmitida pelo escritor chinês exilado Liao Yiwu, numa carta publicada pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post, Liu Xia garante que está disposta a morrer em casa, em protesto, caso as autoridades chinesas a mantenham sob prisão domiciliária.

A viúva do Nobel da Paz e dissidente chinês Liu Xiaobo, que não foi acusada de qualquer crime, está em prisão domiciliária desde 2010, quando o marido foi distinguido com o Nobel da paz.

Em 2009, Liu Xiaobo foi condenado a 11 anos de prisão, por subversão, após ter apelado a reformas democráticas na China. Morreu de cancro no ano passado, aos 61 anos, num hospital de Liaoning, semanas depois de ter sido colocado em liberdade condicional por motivos de saúde.

“Não há nada a temer agora. Senão me deixarem sair, morrerei em casa. Xiaobo já se foi, e não há nada neste mundo que reste para mim. Morrer é mais fácil do que viver”, lê-se na carta. “Não há nada mais natural para mim do que morrer em protesto.”

O escritor Liao, que vive exilado em Berlim, publicou também uma gravação de uma conversa telefónica entre ambos, em que Liu Xia explica, a chorar, que não tem mais razões para viver. “A chanceler alemã Angela Merkel virá à China em breve. Queremos que muitas organizações e indivíduos escutem a voz de Liu Xia”, disse Liao.

De acordo com relatos de pessoas próximas, Liu Xia tem tomado medicamentos antidepressivos desde a morte do marido, dado que a prisão domiciliária a mantém isolada do mundo exterior. Liu foi vista pela última vez no funeral do marido.

O marido Liu Xiaobo foi o primeiro prémio Nobel a morrer privado de liberdade desde o pacifista alemão Carl von Ossietzky, que morreu em 1938, num hospital, detido pelos nazis.

// Lusa

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