Mais diferente não podia ser. Quatro dias depois de perder com o Braga na Luz, o Benfica desforrou-se (e de que maneira) em Leiria, vencendo por 3-0 e carimbando o passaporte para a final da Taça da Liga, onde sábado vai medir forças com o Sporting (e tentar mais uma vingança).
Desta feita não houve “primeiras partes de avanço”, como nas anteriores derrotas. Com algumas mexidas bem sucedidas no “onze” inicial, a equipa de Bruno Lage entrou com tudo, dominou por completo e marcou por três vezes na primeira parte, sempre de pé esquerdo.
Angel Di María bisou e Álvaro Carreras (em excelente nível), facturou pelo meio. Resposta dada em grande estilo pelas “águias”, com a questão resolvida nos primeiros 45 minutos. Os segundos foram para gerir, mas mantendo um bom nível exibicional.
Se do lado do Braga só houve uma mexida (forçada) em relação ao duelo do fim-de-semana, Bruno Lage mexeu três pedras no “onze”, fazendo entrar António Silva, Florentino e Schjelderup.
Tomás Araújo foi lateral direito e foi mesmo ele a subir bem no terreno para fazer a assistência para o primeiro golo, numa excelente combinação com Di María, que atirou de pé esquerdo para o 1-0.
Antes, já o jovem internacional português tinha enviado uma bola à trave, numa primeira parte totalmente dominada pelas “águias” (que terminaram os primeiros 45 minutos com 60%, dez remates e 14 acções na grande área contrária).
Até aí relativamente firme a defender, apesar de não sair para o ataque, o Braga – que terminou o primeiro tempo sem qualquer remate – acusou o golo e não tardou a sofrer o segundo.
Desta feita foi o outro lateral, Carreras, a trabalhar bem e a desferir um fulminante e certeiro remate de pé esquerdo.
E o terceiro também não tardou muito mais, com os minhotos perdidos em campo: erro no tempo de salto, Pavlidis a escapar pela esquerda para, com um centro primoroso (de pé esquerdo) assistir Di Maria que, com muita classe (e, claro está, de pé esquerdo) desviou a contar.
A segunda parte trouxe mexidas do lado do Braga. Roger Fernandes saltou do banco e fez, com muito perigo, logo a abrir, o primeiro (e único) remate dos minhotos no jogo, ligeiramente ao lado.
Mas quem pensou que a toada do jogo ia mudar enganou-se redondamente. O que se seguiu foram mais 45 minutos de domínio total do Benfica, a criar várias oportunidades de golo e com diversos jogadores a manterem um excelente nível.
Schjelderup mostrou bons pormenores, Pavlidis também de tudo tentou para marcar, mas ficou em branco.
O resultado, esse (3-0), não voltou a mexer e o Braga terminou a partida reduzido a dez, por expulsão de Jónatas, que só esteve cinco minutos em campo.
O Jogo em 5 Factos
1. Benfica muito mais forte nos duelos
O Benfica terminou a partida com 53 duelos ganhos contra 41 ganhos pelo Braga e praticamente todos os duelos mais frequentes do jogo foram ganhos pelas “águias”, com destaque para os quatro ganhos por Pavlidis a Bambu, ou os três de Florentino (sem perder nenhum) frente a Fran Navarro. Do lado minhoto, a esse nível, só Bruma deu um ar da sua graça, dando algumas dores de cabeça a Florentino.
2. Ataque minhoto não esteve em Leiria
Apenas um remate, e desenquadrado (ainda que perigoso), da autoria de Roger Fernandes logo a abrir a segunda parte. E só seis acções na grande área contrária. Muito pouco. O Braga, em termos ofensivos, não existiu.
3. Benfica pressionou alto e não deixou o Braga sair
O mapa de passes do Benfica mostra bem como as “águias” estiveram praticamente todo o jogo instaladas no meio-campo do Braga. A turma de Bruno Lage pressionou bem alto, como o comprovam aos 23 acções defensivas que logrou para lá da linha divisória.
4. “Águias” endiabradas no drible
O Benfica completou 14 das 24 tentativas de drible que ensaiou. Destaque para Pavlidis (4 completados em 6 tentados), Carreras (4 em 5) e Di María (3 em 5).
5. Benfica com muitas acções na área do Braga
Ao intervalo o Benfica já levava 14 acções com bola na grande área do Braga. No segundo tempo somou nada mais, nada menos do que 21, terminando a partida com umas impressionantes 35 acções na grande área adversária.
Melhor em Campo
Grande exibição e resposta do argentino Ángel Di María, após os desempenhos frente a Sporting e SC Braga que levaram até a que a sua presença na equipa fosse questionada.
Com a classe que todos reconhecem ao seu pé esquerdo, marcou dois golos de grande categoria, totalizou nove passes progressivos, três passes para remate, três conduções progressivas para um total de 177 metros “ganhos” com a bola nos pés (de longe o máximo do jogo).
E, para quem o acusa de não ajudar a defender, ainda somou três acções defensivas no meio-campo contrário.
Resumo
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