Fernando Veludo / Lusa

O presidente do FC Porto, André Villas-Boas
Presidente do FC Porto terá de voltar a tribunal, depois de ter testemunhado esta quinta-feira, para abordar alegado vídeo que advogada de Fernando Saul diz ter para apresentar.
O presidente do FC Porto, André Villas-Boas, negou esta quinta-feira ter incentivado apoiantes a ceder cartões de sócio nas eleições aos órgãos sociais de abril último, após requisição de um alegado vídeo pela advogada de Fernando Saul.
“É um ‘não tema’, porque a acreditação ao ato eleitoral do FC Porto é feita com presença de cartão de cidadão e de sócio do Futebol Clube do Porto. Eu não estive a pedir às pessoas para votarem com cartões de sócios que não são delas, como é evidente, porque não faz parte da minha natureza”, reiterou aos jornalistas.
À porta do Tribunal de São João Novo, no Porto, findada a sua audição, o líder do emblema ‘azul e branco’ contrariou cabalmente o argumento da advogada Cristiana Carvalho, causídica do antigo oficial de ligação aos adeptos do clube, Fernando Saul, que alegou a existência de um vídeo em que Villas-Boas instruía sócios a passarem cartões de sócio, caso não pudessem dirigir-se às urnas, para votar nas eleições em que acabou por suceder a Pinto da Costa.
Contrariamente à vontade do Ministério Público, bem como à advogada dos dragões, o alegado vídeo poderá vir a ser admitido, para que o presidente portista, representante legal da SAD portista, assistente no processo, possa ser confrontado com ele.
Villas-Boas confessa que ficou “arrepiado” com as mensagens do grupo de WhatsApp dos Super Dragões que lhe foram reencaminhadas, em que como confessou Fernando Madureira, os “fozeiros” e “betinhos da Foz” eram os apoiantes do novo presidente.
Para Villas-Boas, que depôs durante várias horas, o testemunho das pessoas “que sentiram e sofreram diretamente na pele esses presumíveis atos de agressão, coação e intimidação” será elucidativo, lamentando essa página na história dos portistas.
“Foi uma noite triste. Iniciaram-se os processos [judiciais], estamos aqui agora para responder. Acho que ainda será um processo longo, mas será feita justiça. Tudo o que sair deste processo será fundamental”, notou o líder azul e branco.
“Polícia devia ter sido chamada”
Depois de criticar a “passividade” dos órgãos sociais por não chamarem a polícia para interromper a AG, durante a sessão da manhã, na sessão da tarde, o dirigente passou largos minutos a responder a questões da defesa sobre a sua opinião sobre a revisão estatutária que estava em cima da mesa na noite que está a ser objeto de julgamento.
Para o atual presidente, “era legítimo duvidar” da boa-fé da proposta de alteração, pela proximidade do ato eleitoral, que poderia ficar em causa, segundo o mesmo, se o presidente da Mesa assim propusesse, acabando depois dispensado, para se seguir o testemunho de Henrique Ramos, o outro assistente no processo que passou a testemunha.
Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram na segunda-feira a responder por 31 crimes — 19 de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno da polémica AG do FC Porto de novembro de 2023.
A próxima sessão do julgamento está marcada para segunda-feira à tarde, pelas 13h45.
ZAP // Lusa
Preferia ser um Betinho da Foz do que um animal a espumar raiva. Também não gosto de betinhos e votei AVB sem exitação.