Vereadora do PS em Lisboa arguida no processo Tutti-Frutti

Câmara Municipal de Lisboa

Inês Drummond, vereadora do Partido Socialista (PS) em Lisboa.

A vereadora do Partido Socialista (PS) na Câmara de Lisboa Inês Drummond é arguida no processo que resulta da Operação Tutti-Frutti, que investiga a troca de favores políticos entre PS e PSD na criação de listas em 2017.

“Sim, fui constituída arguida e disponibilizei-me de imediato para prestar declarações, o que fiz, entretanto”, confirmou a vereadora ao jornal Público esta terça-feira.

No entanto, garante estar “muito tranquila” uma vez que “nada fez de errado”. Reforça ainda não ser “em nenhum momento” considerada “suspeita do recebimento de qualquer vantagem”, que também são crimes em causa no processo.

“Amizade falsa”, garante a vereadora

Drummond acusa ainda o Ministério Público de inventar uma “amizade falsa” para estabelecer as suspeitas sobre si.

“O Ministério Público estabelece imputações com base num pressuposto que configura um erro: uma pretensa amizade com outro suspeito, numa relação totalmente fantasiosa e que até esta semana desconhecia. Essa amizade é falsa”, escreveu na nota enviada ao Público.

A notícia surge apenas um mês depois de ter sido noticiado que Ângelo Pereira, presidente do PSD/Lisboa, também foi constituído arguido.

Os deputados sociais-democratas Luís Newton, Carlos Eduardo Reis e Margarida Saavedra, todos suspeitos no âmbito do mesmo processo, viram ser aprovado o levantamento da sua imunidade parlamentar pela Comissão de Transparência.

A operação Tutti Frutti arrancou em 2018. Há hoje cerca de 11 mil páginas de suspeitas e investigações, com anexos que incluem escutas, dados bancários, e-mails e outros documentos.

Foi revelado que deputados do PSD e do PS recorriam com regularidade a “esquemas” para cobrar viagens não realizadas e registar falsas presenças no Parlamento.

Sob a alçada da investigação estão, além da Câmara Municipal de Lisboa, mais 15 municípios, 12 juntas de freguesia – a maior parte na capital – e as Assembleias Municipais de Barcelos, Loures e, novamente, Lisboa.

Em causa estarão crimes de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio e financiamento proibido.

ZAP //

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