André Ventura esteve em Castelo Branco, que diz que “pode bem ser o símbolo do que não deve ser a política em Portugal”, evocando o legado de José Sócrates na região.
Em contrarrelógio, André Ventura fez um curto comício em Castelo Branco, esta quinta-feira, onde reinou um discurso sobre corrupção e justiça. O candidato presidencial evocou o legado de José Sócrates na Beira Baixa e o caso do ex-autarca Luís Correia, que perdeu o mandato no ano passado.
“Em Castelo Branco, o nosso tema tinha que ser precisamente a justiça, não só por José Sócrates, por autarcas que foram condenados e perderam o mandato, mas porque Castelo Branco pode bem ser o símbolo do que não deve ser a política em Portugal. Uma cumplicidade entre família e poder, entre dinheiro, câmaras e juntas de freguesia”, disse Ventura, citado pela Rádio Renascença.
“Estamos em Castelo Branco, onde um autarca socialista perdeu o mandato por fazer negócios com a própria família. E é contra mim que se manifestam, nesta terra, não é contra a corrupção, nem contra os que fizeram negócios com a família e destruíram aqueles que pagam impostos”, disse ainda Ventura.
O autarca socialista assinou dois contratos com uma empresa detida pelo seu pai. A 21 de julho, o Tribunal Constitucional confirmou a perda de mandato.
O líder do Chega foi recebido entre vaias por manifestantes, que o chamaram de “fascista”. Numa faixa afixada na praça lia-se: “CB [Castelo Branco] Antifascista”. Embora tenha recusado conversar com os manifestantes, André Ventura dirigiu-lhes algumas palavras durante o seu discurso.
“Onde é que estavam estes manifestantes quando José Sócrates destruía o país e se ria aqui em Castelo Branco e recebia a chave da cidade na Covilhã?”, perguntou.
“Não é bonito que, em cada distrito que vamos, andem estes subsídio-dependentes atrás de nós, não é bonito? Porque de facto, quem não tem nada para fazer se não andar com bandeiras coloridas às costas, em vez de trabalhar por Portugal e pelos portugueses, merece de nós uma palavra: vergonha”, acrescentou.