Milhares de venezuelanos fizeram longas filas para assinar os formulários entregues pelo Conselho Nacional Eleitoral à oposição, para pedir um referendo com o objectivo de revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro.
Segundo o CNE, para avançar com o referendo, a oposição deverá recolher 197.721 assinaturas válidas, o que corresponde a 1% do número de eleitores inscritos no Registo Eleitoral.
Em Caracas, centenas de pessoas delocaram-se aos centros de recolhas de assinaturas. Os eleitores faziam comparações entre as longas filas para comprar alimentos e para assinar o pedido de referendo.
A maior parte dos eleitores manifestavam a disposição de permanecer na fila o tempo necessário para cumprir o objectivo: assinar a petição para garantir o referendo.
De acordo com a imprensa local, registaram-se filas em vários estados, entre os quais Amazonas, Vargas, Táchira, Lara e Arágua.
Henrique Capriles Radonski, ex-candidato da oposição à presidência, declarou acreditar que a oposição conseguirá assegurar rapidamente as assinaturas necessárias, que serão entregues ao CNE na próxima segunda-feira.
A administração pública de Venezuela está encerrada às quartas, quintas e sextas-feiras, para contribuir para poupar energia eléctrica no país.
A recolha de assinaturas é o primeiro passo para pedir o início de um processo destinado à realização do referendo revogatório do mandado do presidente Nicolás Maduro.
O segundo passo consiste na recolha de assinaturas de 20% dos eleitores, que vão suportar o pedido feito às autoridades eleitorais.
A oposição estima que uma vez cumpridas todas as etapas legais necessárias, o referendo ocorra entre setembro e novembro deste ano.
De acordo com a pesquisa Venebarómetro, divulgada esta quinta-feira e citada pelo UOL, quase 7 em cada 10 venezuelanos (68%) são a favor de que o presidente Nicolás Maduro “saia do poder o mais rápido possível e haja eleições presidenciais”.
ZAP / ABr