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Venda de elétricos na China vai ultrapassar a de motores de combustão em 2025

Vendas domésticas devem crescer cerca de 20% para mais de 12 milhões de unidades. Rápido crescimento da indústria chinesa de elétricos ameaça as marcas alemãs, japonesas e norte-americanas.

Pela primeira vez, as vendas de carros elétricos devem ultrapassar as dos automóveis com motores de combustão interna na China, em 2025, segundo dados do setor, ilustrando o rápido avanço no país asiático.

A China deve ultrapassar as previsões internacionais e os objetivos oficiais de Pequim, com as vendas domésticas de veículos elétricos — incluindo baterias puras e híbridos — a crescerem cerca de 20% para mais de 12 milhões de unidades, em 2025, de acordo estimativas de bancos de investimento e grupos de investigação citadas pelo jornal britânico Financial Times.

O número seria mais do dobro dos 5,9 milhões vendidos em 2022.

As previsões são dos bancos de investimento UBS e HSBC e dos grupos de investigação Morningstar e Wood Mackenzie.

Estas previsões implicam que, nos próximos anos, as fábricas instaladas na China para produzir dezenas de milhões de automóveis com motores tradicionais não terão praticamente procura no mercado chinês, segundo os analistas, que salientaram também que o rápido crescimento da indústria chinesa de veículos elétricos ameaça agora as marcas alemãs, japonesas e norte-americanas, que dominam o mercado mundial de automóveis há várias décadas.

A quota das marcas estrangeiras no mercado chinês caiu para um mínimo histórico de 37% — um declínio acentuado em relação aos 64% registados em 2020 — à medida que as vendas de veículos elétricos cresceram cerca de 40%, em 2024, em termos homólogos.

Os principais fabricantes alemães, incluindo a BMW, a Mercedes-Benz e a Porsche, registaram uma queda dos lucros, com as vendas na China a sofrerem dificuldades.

Só este mês, a norte-americana General Motors reduziu em mais de cinco mil milhões de dólares (4,8 mil milhões de euros) o valor do seu negócio na China. A dona da Porsche alertou para uma redução da sua participação na Volkswagen de até 20 mil milhões de euros, enquanto as rivais japonesas Nissan e Honda anunciaram uma fusão, para responder a um “ambiente empresarial em mudança drástica”.

Vincent Sun, analista de títulos mobiliários que cobre o setor automóvel chinês para o grupo de pesquisa de investimentos Morningstar, observou que vários fabricantes de automóveis multinacionais, incluindo a Volkswagen da Alemanha, não vão lançar novos modelos elétricos na China até ao final de 2025 ou 2026.

O HSBC estimou que cerca de 90 novos modelos de automóveis foram lançados na China, no quarto trimestre de 2024 — cerca de um por dia —, quase 90% elétricos.

Em outubro, a gigante chinesa BYD ultrapassou a Tesla em termos de receitas trimestrais, posicionando-se como líder num mercado outrora dominado pela empresa de Elon Musk.

No terceiro trimestre, a gigante chinesa registou uma receita recorde de 201 mil milhões de yuan (quase 26 mil milhões de euros), ultrapassando a Tesla em cerca de 2,7 mil milhões de euros.

A produção de baterias em massa na China é o principal fator por detrás da descida dos preços dos carros elétricos.

ZAP // Lusa

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