Luís Marques Mendes disse este domingo no seu habitual espaço de comentário na SIC que que está praticamente fechada a venda do capital privado da empresa portuguesa TAP a uma “grande companhia europeia”.
“As negociações não estão ainda fechadas, mas estão muito bem encaminhadas”, disse.
De acordo com o comentador político e antigo líder do PSD, faltam acertar apenas alguns detalhes: falta decidir se a venda do consórcio privado liderado por David Neeleman será total ou parcial. Resta saber “se sai apenas [David Neeleman] ou também o acionista português, que em princípio não sairá”, afiançou na SIC.
O Jornal de Negócios avança esta segunda-feira que a companhia aérea europeia em causa na venda do capital da TAP será a Lufthansa e que a transportadora se encontra neste processo de aquisição em parceria com a United Airlines.
Ainda sobre a TAP, Marques Mendes considerou que houve, na semana passada, uma “guerra aberta” entre o acionista privado da TAP e o ministro da tutela, Pedro Nuno Santos.
David Neeleman, recorde-se, defendeu a distribuição de prémios de desempenho, mesmo que a TAP feche o ano no vermelho. “Todas as companhias pagam prémios de desempenho, é a fórmula consagrada em todo o mundo para gerir quadros de forma mais eficiente. De resto, a TAP sempre pagou prémios e nos últimos 41 anos só deu lucro uma vez. E pagava prémios quando era 100% pública e isso nunca foi um problema”, disse Neeleman em entrevista ao jornal Observador.
Pedro Nuno Santos criticou a decisão no Parlamento, considerando que a atribuição destes prémios configura uma “falta de respeito para com a esmagadora maioria dos trabalhadores da TAP e para com os portugueses”.
O governante garantiu ainda que foi comunicado à empresa aérea portuguesa que não seriam permitidos prémios, tendo em conta os prejuízos de 100 milhões de euros.
Marques Mendes concordou com Pedro Nuno Santos, frisando que o “casamento” entre Neeleman e a tutela “não pode durar muito tempo”. “Numa altura em que a TAP previa lucros e passa a ter milhões de prejuízo, não faz sentido distribuir prémios. É do bom senso. [Prémios] a 1% dos trabalhadores? E então e os 99% dos outros? São enteados, não trabalharam? Não produziram? Não é justo, o ministro tem toda a razão”.
“Alguém fica desautorizado se houver distribuição de prémios. Ou fica a gestão privada da TAP ou fica o ministro”, alertou ainda Marques Mendes.
O capital da TAP é detido em 50% pelo Estado, em 5% pelos trabalhadores e em 45% pelo consórcio Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa.
Ah grande Pedro Nunes Santos! Oxalá hajam muitos mais como ele na estrutura governamental, para ver se Portugal “entra nos eixos”. Está de parabéns.